Roteiro
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se fôr claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço.
Sidónio Muralha, "Poemas" Editorial Inova, Porto, p.196
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se fôr claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço.
Sidónio Muralha, "Poemas" Editorial Inova, Porto, p.196
21 Comments:
Feitio moral, tem mesmo preço!
Agora moralmente é justo outros pagarem?
Mas homem não tem avesso...
Grande capacidade que mostras nestas tuas escolhas.
Beijinho
Parar é morrer!
"acho que acertei"
Interessante jogo de palavras! Beijos.
Excelente!
Deste gostei:)
beijos
Nem mais!
Não conhecia este poema.
Acho-o giro.
Bjs
Obrigado Dulce.
Ao devorar o Poema, eu não consigo ler um Poema, é literalmente devorado. Recordei os meus avós.
Eu que avô sou. E que por terem caracter, não conquistaram os Reinos da Terra!!!.
Chego ao fim do dia exangue.
E em cada maré me faço ao mar.
(é certo que sem esperança de voltar).
Casa dia renovo o antigo sangue.
De antigo pescador navegar.
Cada manha que nasce as roupas visto.
Com que o meu avô foi companheiro e arrais.
Faço-me ao frio á vaga aos vendaváis.
e vou por esse mar de Cristo.
Buscar o que não dos ideais.
É por isso que chego á noite a casa.
Com as mãos cheias de vazios magoados.
Os pés ensanguentados.
O sangue morto de apagada brasa.
O coração e os olhos naufragados.
poetaeusou(avô)
Item) Buscar o que não há dos ideais
in) José Soares (Poeta Nazareno)
poetaeusou
Pago o preço!
Nem sempre caro, de se ser quem se é!
;-)
Sim, também pago o preço...
Muito bonito este poema, não conhecia
Beijinhos
Dei com seu blog procurando um texto do Miguel Esteves Cardoso. Quando li que vc "é crítica, muito crítica. Amiga dos seus amigos. Volúvel e trabalhadora" pensei, este sou eu, ela deve ser de virgem. Acertei. Acho que devo ser sua versão homem e vc minha versão mulher.
abraços
ps não critique meu comentário, foi feito com muito carinho :)
OUTRA VERTENTE-OUTRO VER-OUTRA ???
Eu vejo do meu quarto de dormir
Uma estrelinha
Miudinha
A luzir...
Mas se o sol é tão grande
E tanto brilha
A estrelinha
Miudinha
É certamente sua filha.
E enquanto o Pai Sol
Enorme
Dorme,
Ela vai passear
Todas as noites...
Quando o Pai Sol acordar,
A estrelinha
Miudinha
............
Vai-se logo deitar.
in) SIDONIO MURALHA
poetaeusou(diversificado)
Os poemas lindos que a Dulce escolhe (quando não os escreve )
Onde estás, irónico sorriso ???
Só para alvitrar, um óptimo Sorriso.
poetaeusou(saudoso)
Um poema dum poeta que desconheço. É evidente que não se pode conhecer ou saber tudo. Até os deuses já abandonam muitas pessoas, certamente por falta de tempo, ou porque já se inseriram no sistema e passaram a ter fárias certamente relacionadas com as avaliações que os deuses maiores vão fazendo.
Fica bem.
Beijos.
Manuel
Um poema de determinação...um poema da força interior!
Cada vez mais se recusa pagar o preço, o alto preço, de lutar pelas convicções e valores próprios...será da crise? Ou das avaliações?
Beijo
Parar, não paras mas desde 16 (CINCO DIAS) que não há encantamento.
Ter carácter hoje em dia paga-se muito caro a ousadia.
Um beijo. Augusto
Ter carácter hoje em dia paga-se muito caro a ousadia.
Um beijo. Augusto
A falta de carácter é, a médio prazo, a mesma despesa paga repetidas vezes... ainda que muitas vezes pareça que compensa pelo muito tempo que demora a fazer-se justiça, além do mais, é preciso ter feitio :-D!
Até sempre
Quando mitigarei a minha sede?.
Bué de curtição !!!
poetaeusou(nostálgico)
Obrigado por me ter dado a conhecer este poeta.
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