segunda-feira, novembro 06, 2006

Trovoadas

Troveja? Ainda há pouco me pareceu ver disparar o flash de um relâmpago. Fiquei a olhar a janela à espera de mais, mas não houve. Só agora, já passado algum tempo, ouvi o estrondo do trovão muito ao longe. Aquele som cavo e ameaçador de algo que é superior a nós.
Gosto de trovoadas. Não tenho medo. Ficar à janela e surpreender-me com o clarão límpido dos relâmpagos. Estremecer quando a resposta surge, imediata e assertiva.
De novo o céu se iluminou. "Azula" a noite.
A minha avó costumava dizer, em noites de trovoada, para nos afastarmos das janelas. Para não olharmos para os relâmpagos. Para não estarmos perto do fogão. Para retirarmos todo o ouro que estivéssemos a usar. Lembro-me bem destes conselhos e de como me amedrontavam, fazendo-me acreditar em perigos imensos.
Mais tarde, lembro a minha mãe, quando me falava das trovoadas em África: "aquilo é que eram trovoadas!" dizia, e relatava alguns episódios que vivera. No mato vira cair um raio a pouca distância. Por momentos cegara com tamanha luz. Os trovões, ao contrário do que temos aqui, eram tão fortes que faziam abanar pequenos objectos, derrubando-os. "Aquilo é que eram trovoadas" lembrava, e os olhos revelavam também o que tinham presenciado.
Hoje relembro com um sorriso os cuidados da minha avó e corro para a janela para apreciar este magnífico espectáculo que a natureza me oferece.
Deito-me agora. Sei que está mais próxima. Poucos segundos separam o relâmpago e o trovão.
Vou apagar a luz e deixar-me adormecer assim ...

12 Comments:

Blogger wind said...

Desculpa, mas não é possível!
Até nisto somos parecidas:)))
Adoro trovoadas e ver os raios, acho um dos espectáculos mais lindos da Natureza:)))
Até o meu cão não tem medo e geralmente todos têm.lol.
beijos

10:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

PARA A SENSIBILIDADE DE UMA DULCE.
INSPIRAÇÃO.
Estou sem tempo
Nem o vento me traz inspiração
Meus poemas estão na sombra do meu
pensamento
Peço que chova, que me venham em trovoadas
Como um raio de sol, que ilumine e me traga
palavras
Parece denso o que falo
No parecer
Em uma nuvem me vejo
A semente de mim
Que começa a brotar em versos
Pálidos.
In: Angela Buaiz (Brasileira)
poetaeusou(ouvindotrovejarsobomar)

11:28 da tarde  
Blogger Ana Ramon said...

É curioso como as coisas que pensamos serem sentidas por nós de uma forma muito única, são afinal sentidas por tanta gente de uma forma tão idêntica. Entrei no teu cantinho para uma rápida visita e acabei por ficar a ler tudo muito atentamente e com muito prazer. Um beijinho

12:45 da manhã  
Blogger Maria Carvalho said...

Pois se existe coisa que não aprecie mesmo nada é o estrondo do trovão!! E esta noite bem trovejou por aqui. Beijinhos.

7:33 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Que o vozeirão.
De um Trovão.
Ecoa.
Os meus agradecimentos.
Recebi...
Passe pelo Blog.
Som & Tom. de:
Leticia Gabian
Reeiterando.
poetaeusou(grato)

12:33 da tarde  
Blogger mfc said...

Também eu me habituei a contar os segundos... fazia parte do ensino da época!
Ora o som propaga-se (acho que ainda se propaga!!!) a 340 metros por segundo... como passaram X segundos , a trovoada etá a Y centenas de metros daqui...

2:48 da tarde  
Blogger mfc said...

também eu me habituei a fazer essas contas... e também tinha um medo que me pelava!
Hoje aprecio esse espectáculo fabuloso.

2:50 da tarde  
Blogger Zé-Viajante said...

Fabuloso o espectáculo das trovoadas, sobre o Mar e com um ensurdecedor barulho de trovões.

7:12 da tarde  
Blogger DE-PROPOSITO said...

'A trovoada' Interessante que a as coisas que a tua avó te dizia tem lógica, muita lógica. O ouro é bom (muito bom) condutor de electricidade e a electricidade percorre o caminho mais propício para a terra. Não sei quantas pessoas morrem no mundo vítimas de descargas eléctricas de trovoadas por ano, mas garanto-te que são muitas.
Um tema que dá pano para mangas. Já minha avó me dizia quando havia trovões, que era o pai do céu a ralhar. Ela também não sabia mais.
Fazia parte do grupo a que eu chamo 'os desfavorecidos da sorte'. Nessa altura os bébés vinham numa cegonha.
Beijos.
Manuel

7:21 da tarde  
Blogger Maria said...

Poetaeusou:
AInda bem q já recebeu. Espero que goste.
Passei pelo Som & Tom. Li tudo mas não posso dizer q tenha compreendido. O q é q eu estou ali a fazer citada?
De puzzles eu gosto, mas de charadas nem tanto !! :-)Especialmente quando me sinto burra de não ter percebido!

9:48 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O segredo ? Não está na massa ...
Perspicácia ?
È só...
Doces ?
Ha molti, ora non...
Capisce ?
poetaeusou(grato)

12:17 da manhã  
Blogger Besnico di Roma said...

Sim compreendo, mas afasta-te de grandes maças metálicas e certifica-te que não és o ponto mais alto ao teu redor, se sentires os cabelos ou os pelos dos braços (ou do bigode - ahahah) no ar, não tenhas vergonha deita-te imediatamente no chã. Não gostaria nada de saber que…
Sabes, no mar, num barco á vela, o nosso mastro metálico com 16 m de altura é um excelente “pára-raios” e o ponto mais alto várias milhas em redor, quando nos apercebemos da possibilidade de uma trovoada, tomamos algumas precauções tais como fixar ao pé do mastro uma grossa corrente de ferro, normalmente a amarreta da ancora, deixando as pontas bem mergulhadas no mar para facilitar a descarga da electricidade. Procuramos com isto minimizar os estragos no caso de se soltar uma faísca.
As trovoadas são lindas, fascinam-me, mas são perigosas se não nos soubermos proteger. A tua avó tinha razão.
Beijitos

1:04 da tarde  

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