quinta-feira, agosto 10, 2006

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Serenamente sem tocar nos ecos
Ergue a tua voz
E conduz cada palavra
Pelo estreito caminho.

Vive com a memória exacta
De todos os desastres
Aos deuses não perdoes os naufrágios
Nem a divisão cruel dos teus membros.

No dia puro procura um rosto puro
Um rosto voluntário que apesar
Do tempo dos suplícios e dos nojos
Enfrente a imagem líquida do mar.

Sophia de Mello Breyner Andresen, "O tempo dividido", Caminho, Lisboa, 2005, p.47
(Foto, minha)

5 Comments:

Blogger Era uma vez um Girassol said...

Gostei muito do poema da Sophia e da tua foto! A música está muito bem escolhida...Perfeito!
Bjs

11:36 da tarde  
Blogger wind said...

A última quadra é de uma beleza e realidades únicas:)
Bela foto;)
beijos

11:37 da tarde  
Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

Precios poema Dulce. Un beso para ti.

1:25 da manhã  
Blogger Ana Luar said...

Como é bom começar a manhã com poesia da mais alta qualidade Dulce... Obrigada pelo momento!

9:35 da manhã  
Blogger caraecoroa said...

O Cara cumprimenta-a e diz que gosta muito das suas palavras.

1:15 da tarde  

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