quinta-feira, agosto 03, 2006

Encontro


Rodeou-o com passos leves, pedindo licença.
O corpo ali tão perto ...
O coração a saltar do peito ...
Amo-te, sussurou na sua voz mais doce.
Amo-te tanto, soluçou a voz dela num murmúrio.

Os olhos não se buscaram. O medo de não resistir - tão forte.
As mãos não se tocaram. O medo de não conseguirem mais soltar-se.

E a água a correr tão fresca, e eles sem a sentirem ... sentindo-se ...
E o tempo a correr tão rápido ... e eles querendo-o suspenso ...
E a vida a passar ... e o tempo a passar ...
E ele já longe ... e ela tão longe ...
e o amor tão perto ... tão perto ...

(Pintura de R.Magritte, Os Amantes - Imagens, Google)

6 Comments:

Blogger greentea said...

e o amor ali tão perto
e eles sem se darem conta

deixaram passar o tempo

o tempo das cerejas.


temm um bom dia

8:37 da manhã  
Blogger Maria Carvalho said...

Impossível comentar algo de tão belo e magnífico! Beijos, bom fim de semana.

9:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

...e ela (Ophélia) tão longe. E o amor tão presente (mas definitivamente ausente)

9:03 da manhã  
Blogger wind said...

A pintura comenta o teu poema. Não preciso de o comentar:)
beijos

3:48 da tarde  
Blogger escrevi said...

A descrição perfeita de um encontro inesquecível.

Beijo.

1:25 da manhã  
Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

El amor tan presente y tan ausente, sí.

Esa es la mayor tragedia del amor:
Amar sin poder amar y sentir la boca estrangularse de dolor ante la ausencia de besos.

11:14 da manhã  

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