Abraçando-me
No espaldar do quarto crescente recosto os sonhos caiados de fresco enquanto o lago projecta fluxos de água ao ritmo teclado das luzes.
Sentada à tua frente, observo-te - os olhos claros iluminando o sorriso que idealizei.
Sentado à minha frente observas-me - a cabeça baixa e ligeiramente inclinada sobre o bloco onde rabisco e risco uma prosa que não desvendas.
Apoias o queixo nas mãos num gesto concentrado em que me envolves.
Sinto o teu olhar sobre mim enquanto me perco no horizonte. Sinto a carícia pensada das tuas mãos nas minhas enquanto busco e construo as frases que hei-de colocar no papel.
Sobre o ruído incómodo das vozes sobrepõe-se a tua respiração pausada que adivinho.
Olho através de ti os gestos sonhados e as carícias prometidas.
Consigo ouvir, ditas pelos lábios que cerras, as palavras que me dirias.
Recostas-te colocando os braços estendidos sobre a mesa. Pressinto-os assim em busca das minhas mãos que entretanto se perdem nas palavras.
Rodo a caneta entre os dedos enquanto persigo uns faróis que se deslocam ao longe. Com a outra mão prendo o papel com dedos que se transmutam em aranhas de longas pernas.
Esqueço-me das tuas mãos estendidas. Dissipam-se.
Perco-me dos caminhos que o teu olhar me aponta. Esvaem-se.
Fixo o branco da folha e deixo-me enredar por estes traços azuis que freneticamente desenho.
Quando te procuro, já não estás.
Estás mais além. Recostado no quarto crescente ... abraçando os meus sonhos.
Sentada à tua frente, observo-te - os olhos claros iluminando o sorriso que idealizei.
Sentado à minha frente observas-me - a cabeça baixa e ligeiramente inclinada sobre o bloco onde rabisco e risco uma prosa que não desvendas.
Apoias o queixo nas mãos num gesto concentrado em que me envolves.
Sinto o teu olhar sobre mim enquanto me perco no horizonte. Sinto a carícia pensada das tuas mãos nas minhas enquanto busco e construo as frases que hei-de colocar no papel.
Sobre o ruído incómodo das vozes sobrepõe-se a tua respiração pausada que adivinho.
Olho através de ti os gestos sonhados e as carícias prometidas.
Consigo ouvir, ditas pelos lábios que cerras, as palavras que me dirias.
Recostas-te colocando os braços estendidos sobre a mesa. Pressinto-os assim em busca das minhas mãos que entretanto se perdem nas palavras.
Rodo a caneta entre os dedos enquanto persigo uns faróis que se deslocam ao longe. Com a outra mão prendo o papel com dedos que se transmutam em aranhas de longas pernas.
Esqueço-me das tuas mãos estendidas. Dissipam-se.
Perco-me dos caminhos que o teu olhar me aponta. Esvaem-se.
Fixo o branco da folha e deixo-me enredar por estes traços azuis que freneticamente desenho.
Quando te procuro, já não estás.
Estás mais além. Recostado no quarto crescente ... abraçando os meus sonhos.
10 Comments:
lindo post!
palavras soltas que vooam ao vento....
bjs
Não tenho palavras. É muito, muito belo. Beijos.
Nas tuas palavras entramos de cabeça e quando terminas é um baque, apetece ficar na tua "estória":)
beijos
Por mais palavras que se digam e pensem é no silêncio que o amor se sente, cresce e fica para além de mim. Que bom existires, Lua crescente!
Gostei de te ler, sonhar... é muito bom.
Adorei este abraço de sonho. Para quando um sonho de livro?!
Um beijo duce
há momentos assim...!!! Vá...sim, vá!!!! ao encontro do sonho quiça.. a realidade pode estar ali ao voltar do próximo quarteirão...
Obrigado pela visita.
Um grande beijo, virtual...claro esta.
Paulo
Olá Dulce!
Gostei muito do texto.
Está cheio de sonhos e devaneios que, sendo assim, tão belos, serão benquerentes. Sem dúvida nenhuma.
Muito bom.
(Uma observaçãozinha: cuidados com os "quartos crescentes" vão tão conturbados os dias na orla mediterrânica!)
Bjs
Como sempre um texto maravilhoso.
Um beijo.
Como é lindo ler estes textos.
Quando me sento para escrever tb estico os braços, Mas estes procuram mimos vindos de outras fontes de onde bebo amizade em goles sem respirar pelo curto prazo de lazer concedido.
Beijinhos amiga
Escreves tão bem que fazes alguem ficar assim de modos com pele de galinha ao ler-te!!!
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