terça-feira, agosto 08, 2006

No topo do mundo


Viajo até ao topo do mundo. Lá onde o silêncio reina e onde a vida ganha a sua verdadeira dimensão.

O sol é um peso que carrego. A solidão a companheira do presente.
Procuro-te e logo surges do nada,
(como que à espera - como que sempre à minha espera ...)
para me tomares as mãos,
(e as tuas, tão frescas ...)
e para me segredares ao ouvido as palavras que a minha boca murmura,
(tão doces as palavras ...)

O fundo do vale cobre-se de neblina, enquanto aqui as pás dos moinhos encetam um movimento lento e incerto que fere o silêncio,
(fecho os olhos ... consigo ouvi-las ... )
e quando as procuro, surpreendo as suas varetas descarnadas que se recortam no céu,
(shhhhhh, shhhhhhh, shhhhhhh, cantam ao vento ...)
e quando te chamo,
te quero,
te procuro,
igualmente te dissipas no meio da neblina que cobre o vale,
(silencioso e triste ...)
definitivamente perdido de mim,
e deste sonho que mascara o real.

11 Comments:

Blogger wind said...

prosa de uma beleza tristíssima.
Saí do sonho, aranja coragem, anda de comboio e vais ver que tudo muda:)
beijos

4:56 da tarde  
Blogger wind said...

*arranja

4:56 da tarde  
Blogger Maria Carvalho said...

Bonitas e doces palavras, ao som de uma música que adoro! Beijos.

5:16 da tarde  
Blogger lena said...

Querida Dulce, hoje sentei-me aqui neste teu cantinho onde as palavras escorrerem ao sabor de uma brisa que se sente,

suaves, emotivas, tristes, carregadas de sentimentos que me fizeram saborear cada post teu e sentir-te aqui ao meu lado, como se tivesses acabado de as escrever

ler-te Dulce é um enorme prazer, escreves tão bem, é impossível não se gostar e ficar agarrada à tua escrita

hoje até o vento senti...

a música é bela, adoro estar aqui sem pensar que o "tempo tem tempo"

vou encantada depois de tudo o que partilhas-te doce menina

um beijo meu , Dulce e abraço-te com muita ternura

lena

9:30 da tarde  
Blogger luis manuel said...

(shhh, shhhh, ouço o vento)
Lá, bem no cimo. As mãos frescas dão vida ao sonho.
E tão perto... o encontro.
E o tempo a passar...
Em paragens. Em estações da vida e do passado.
Como um transporte urbano, recolhendo e largando imagens, pessoas, memórias.
O regresso pelo passado ao presente. Hoje pela amizade.
O olhar que contraria o sentido da viagem. Em segurança, o pensamento voa na contra-mão.
E no entanto... aquela música.
A viagem que parecia errante, destinada a um fundo negro e desconhecido.
Ainda á pouco era verdade... o retorno em contra-mão, em direcção ao desejo. Pelo pensamento que voa.
As mãos que seguram uma rosa... no topo do mundo. Até onde o sonho se desvenda realidade.

Um beijo, amiga.
Belas viagens trazes à palavra.

9:34 da tarde  
Blogger Ana Luar said...

E enquanto as pás dos moinhos encetam um movimento lento e incerto que fere o silêncio... Tu falas-nos de amor de uma forma leve e sofrida... Se é que o sofrimento poderá alguma dia ser leve.
Viajei pelos teus sentimentos... e neles fiz a mais bela viagem dos ultimos tempos....

11:05 da tarde  
Blogger JPD said...

Gostei muito
Bjs

11:07 da tarde  
Blogger Choninha said...

Muito bonito, Dulce!

10:49 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

DEFINITIVAMENTE PERDIDO DE MIM.

12:51 da tarde  
Blogger vero said...

Querida amiga, é quase mágico o k sinto ao ler as tuas palavras, consegues fazer com k eu fixe "colada" ao monitor a "ler-te"... continua a escrever tão bem minha amiga que eu continuarei a "ler-te" sempre com o mesmo entusiasmo...
Beijos mil ***

1:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

palavra puxa palavra - blog puxa...
gostei do que vi-li-ouvi
abraço cpf

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6:52 da tarde  

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