No dia seguinte ...
- Fala-me dos outros dias! Fala-me do dia seguinte ...
As estrelas que brilhavam no seu olhar deram lugar a uma noite sem lua. Numa única inspiração pareceu perder o sopro da vida.
- O dia seguinte - sussurrou baixinho - o dia seguinte começou antes ... antes de o ser. Começou antes do último beijo. Avançou insidiosamente por entre os abraços como aquela névoa que felinamente desliza sobre o mar nos dias quentes de Verão. O dia seguinte - quase soletrou baixinho - pressente-se na forma como os olhos se perdem num rosto ... gravando ... registando sôfregamente, para ir buscar mais tarde.
- O dia seguinte ... no dia seguinte, um vazio pesado como o mundo instala-se enquanto os sonhos são espezinhados por algo muito maior que nós. No dia seguinte não há mãos, não há olhares, e a lembrança dos beijos só traz o sabor amargo da ausência.
- No dia seguinte - sussurra baixinho com a voz embargada - morre-se de novo.
A.
(Foto: "Praia azul", Nana Sousa Dias)
8 Comments:
Sei o que é isso. É terrível!
Beijos
Lindo,como só tu sabes escrver...
Bjs.
O dia seguinte...
Beijos.
Manuel
"Um ano depois"
Dulce...deixo-te um abraço intemporal....
É isso mesmo. Morre-se no dia seguinte...Beijos, Dulce.
O dia seguinte será sempre a projecção dos nossos medos e/ou sonhos, daí a importãncia de vivermos dedicamente o presente.
Até Sempre
no dia seguinte...
não sei se existo, sei que há o agora, meste momento
um beijo Dulce
fala-me do dia seguinte
jocas maradas
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