Incógnita
Mais para além de mim
Havia outro.
Um outro que não via,
Nem falava.
Havia alguém que me prendia
Ao sonho
E à vida,
Mas eu, - pobre de mim –
Eu não sabia,
E um dia quis-me libertar
Abrindo as minhas asas desmedidas
Num céu que julguei ver,
Mas que o outro não via.
Então,
Vi que o céu não bastava às minhas asas
E esperei que o outro me apontasse
Um novo Céu.
Esperei inutilmente,
Porque o outro,
O outro nunca mais me respondeu.
ARY DOS SANTOS, José Carlos, "Obra Poética", Edições Avante, Lisboa, 1999, p.445
(Foto em www.trekearth.com)
6 Comments:
A parte mais "calma" de Ary igualmente bonita.
beijos
Como Ary escreve, os desencontros da nossa vida.
Um beijo. Augusto
Sempre Ary...Beijos.
Gostei da escolha, adorei a música.
Beijos doces.
Ary sempre presente na sua bela poesia
uma escolha perfeita Dulce
o que aqui partilhas deixam-me sempre encantada
beijinhos doce menina
lena
Gostei muito do poema Dulce...conheço muito pouco de Ary dos Santos.
Beijinhos e uma boa semana para ti!
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