sábado, junho 24, 2006

Manhã de praia

Nesta esplanada de praia abrigo-me do vento que sopra desagradável.

(No rádio, "Hotel California")

Poucas mesas ocupadas e quem nelas se senta lê o jornal pacatamente, ou um livro, ou simplesmente olha o mar em frente.
No passeio que corre junto ao areal há sempre gente a passar. Devagar, conversam, param, olham o mar, retomam o andamento.
A maré já subiu mais um pouco desde que aqui cheguei. Hoje, o meu primeiro dia de praia deste ano. Às 9 horas já olhava o mar, desconfiada com este tempo que me surpreendeu hoje. Céu carregado de nuvens e uma aragem fresca. Azar o meu que gosto tanto de sol. Apenas descobriu durante meia hora para voltar a cobrir-se de nuvens.
Na areia macia que aconchegava o corpo ainda permaneci umas duas horas. O rumorejar das ondas encheu o meu pensamento.

("Frozen" toca agora no rádio)

A aragem fresca não deixava sentir o pouco calor que se filtrava através das nuvens. Os pensamentos tinham tendência a diluir-se numa sonolência crescente.
Passei as mãos na areia macia para desfazer as pequenas pegadas das gaivotas. Enchi as mãos de areia e deixei-a esvair-se por entre os dedos, lentamente.
Depois sentei-me agarrada aos joelhos a olhar o mar e ali fiquei até a posição se tornar desconfortável e o frio se entranhar na pele.
Desloquei-me então para esta esplanada onde agora escrevo. Abrigada do vento, pude aquecer de novo enquanto tomava o meu segundo café do dia.
Daqui vejo bem o mar e ainda oiço aquele seu som reconfortante. A minha pele cheira a protector solar e esse cheiro lembra-me outros Verões. Não mais felizes, mas como sempre, vividos em pleno. Esta sensibilidade excessiva que me domina agora, leva-me a sentir cada coisa de forma redobrada.
O Verão é sempre uma época de renovação para mim. O Sol revigora o meu corpo como necessito, direi mesmo que "carrego as minhas baterias". É como que uma injecção de vida. Rejuvenesço interiormente uns anos.
Diria até que renasço.

7 Comments:

Blogger escrevi said...

Foi pena a falta de sol.
Para mim estaria óptimo.

Bjs.

3:18 da tarde  
Blogger luis manuel said...

Manhã, vento que sopra na areia...

"...On a dark desert highway, cool wind in my hair
Warm smell of colitas, rising up through the air..."

Onde também, simplesmente se olha o mar. Se liberta o pensamento.

"...You only see what your eyes want to see
How can life be what you want it to be?
You're frozen, when your heart's not open..."

De coração aberto, livre para deixar entrar o Sol, que renova.
Ver para além daquilo que os olhos veêm.
Feliz vida renascida.

Um beijo, amiga

4:09 da tarde  
Blogger wind said...

De facto somos mesmoparecidas, gargalhadas:)
O pormenor de agarrar na areia e soltar, adoro fazer isso e sentar a olhar o mar também:)
Prosa muito bem escrita com o pormenor das músicas, algo bastante importante:-)
O sol ilumina a alma;)
beijos

4:19 da tarde  
Blogger Ana Fundo said...

Já tou melhor amiga :-))
Pena este tempo, mas sempre deu para soborear o Momento do Mar, né?
Beijinhos
Ana

7:27 da tarde  
Blogger Peter said...

Também para mim. Sempre que posso vou a caminho do Sul.
Até costumo apontar na agenda a data do 1º banho do ano. Este ano foi a 13 de Abril e a água estava boa. Melhor que em Agosto.
Vais ver que ainda apanhas bons dias de sol.

11:47 da tarde  
Blogger Luna said...

Assim é o sol o verão sempre volta para nos mostrar a continuidade da vida
beijos

10:54 da manhã  
Blogger lena said...

encantas com este teu texto,

o mar é belo mesmo sem sol, é belo quando a lua o cobre com o seu manto de prata,

é mar Dulce,
a injecção de vida
o renascer
a força...


beijinhos com um cheiro a maresia

lena

6:29 da tarde  

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