Regresso
Regresso.
Depressa demais, talvez.
Galgo os quilómetros que faltam mais rapidamente do que desejaria.
Os "phones" nos ouvidos evitam que ouça as conversas que não me interessam. A música nasce num ponto algures bem no centro da minha cabeça.
O sol está de partida.
O Sul ficou lá atrás.
Depressa demais, talvez. Cedo demais, talvez.
Há um telhado negro de nuvens do meu lado direito. Há um sol brilhante ainda, do meu lado esquerdo.
Lá atrás ficou o azul. Lá atrás ficou o Sul.
Cedo demais, talvez.
A voz algures no centro da minha cabeça fala de passos e de caminhos. Também eu percorri alguns caminhos. Percursos de outrora agora refeitos com outros passos. Percorridos com outros olhos. Espaços ganhos e de novo perdidos.
A voz que ouço dentro da minha cabeça fala de passos. Eu falo do adeus. E de alguma tristeza.
Falo de perda. Dos passos. Dos espaços que tão bem conheço. Das pedras revisitadas. Do céu tão azul como não há outro. Do mar tão imenso que me sufoca as lágrimas. Das sombras que vejo agitarem-se nos lugares de ontem. Dos fantasmas que habitam a minha memória.
Regresso. Talvez cedo demais.
(Ou talvez parta ... tarde de mais.)
Nos últimos quilómetros o peso acentuou-se. Não existia a alegria do retorno. A estação vazia parecia pertencer a um outro cenário. Sob o peso da mala os passos ecoavam mais fortes. A noite estava fresca e o piso molhado de chuva.
Como os cheiros são diferentes em cada cidade ...
Regresso cedo demais, penso. Arrependo-me de não ter ficado mais uma noite.
Mais um pouco de silêncio. A mesma lua noutro céu. As mesmas estrelas com outro brilho.
Regresso. E é a sombra que encontro, onde antes havia luz.
Depressa demais, talvez.
Galgo os quilómetros que faltam mais rapidamente do que desejaria.
Os "phones" nos ouvidos evitam que ouça as conversas que não me interessam. A música nasce num ponto algures bem no centro da minha cabeça.
O sol está de partida.
O Sul ficou lá atrás.
Depressa demais, talvez. Cedo demais, talvez.
Há um telhado negro de nuvens do meu lado direito. Há um sol brilhante ainda, do meu lado esquerdo.
Lá atrás ficou o azul. Lá atrás ficou o Sul.
Cedo demais, talvez.
A voz algures no centro da minha cabeça fala de passos e de caminhos. Também eu percorri alguns caminhos. Percursos de outrora agora refeitos com outros passos. Percorridos com outros olhos. Espaços ganhos e de novo perdidos.
A voz que ouço dentro da minha cabeça fala de passos. Eu falo do adeus. E de alguma tristeza.
Falo de perda. Dos passos. Dos espaços que tão bem conheço. Das pedras revisitadas. Do céu tão azul como não há outro. Do mar tão imenso que me sufoca as lágrimas. Das sombras que vejo agitarem-se nos lugares de ontem. Dos fantasmas que habitam a minha memória.
Regresso. Talvez cedo demais.
(Ou talvez parta ... tarde de mais.)
Nos últimos quilómetros o peso acentuou-se. Não existia a alegria do retorno. A estação vazia parecia pertencer a um outro cenário. Sob o peso da mala os passos ecoavam mais fortes. A noite estava fresca e o piso molhado de chuva.
Como os cheiros são diferentes em cada cidade ...
Regresso cedo demais, penso. Arrependo-me de não ter ficado mais uma noite.
Mais um pouco de silêncio. A mesma lua noutro céu. As mesmas estrelas com outro brilho.
Regresso. E é a sombra que encontro, onde antes havia luz.
8 Comments:
Quanto mais tempo ficasses, mais sentirias que regressavas cedo demais.
Um beijo
Foste tentar encontar a resposta no Sul, quando ela está cá.
Adiaste uma situação.
Empurra a sombra e verás a luz:)
beijos
Podias ficar mais um dia. Mais dias. Mas tería sido bom para ti ?
Dulce,
Tudo vai ficar bem, vais ver...
É preciso é dar tempo ao tempo, porque a Esperança é a última a morrer, e eu sei que vais encontrar de novo a Felicidade.
Tu mereces, mais do que alguém!!!
Beijos enormes
Ana
Dlce. Regresas a menudo a ti misma y te llenas de melancolía. Pero la vuelta al propio interior hace conocernos un poco más. Y qué solos nos encontramos. Tantas veces...casi siempre.
Un beso Dulce.
Gostei do espaço e muito mesmo do texto. O jeito das palavras. Muito interessante.
Parabêns
Voltarei
Della-Porther
Não consigo por em dia a leitura da semana. Também não saberia comentar, com certeza. Beijos. Bom fim de semana.
ler-te é como percorrer um caminho, onde as tuas palavras se sentem a cada passo que dou
deixa que a alegria chegue, nunca é tarde demais e tu mereces tanto doce Dulce
um pouco de silêncio e nesse silêncio que o céu se encha de estrelas para ti, que o teu regresso tenha sempre muita luz
beijinhos para ti e o meu abraço
lena
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