Clausura
De quando era pequena e o meu pai me empurrava para a piscina, ficou-me o silêncio. Aquele silêncio que me atordoava os sentidos e me envolvia pesadamente enquanto me debatia até encontrar a segurança de um apoio que me tirasse de dentro de água. Ainda hoje me pesa aquele silêncio! Opressivo! Dominador! Brutal!
De quando falta a luz de repente, retenho aquela escuridão densa. A cegueira total que atordoa durante alguns minutos. Um véu negro e opaco que nada deixa vislumbrar. Perde-se o sentido de orientação e de olhos abertos procuramos inutilmente os contornos que nos tranquilizam. E da escuridão espreitam-nos os medos ancestrais que julgávamos esquecidos. Antiquíssimos! Irracionais!
Dos pesadelos nocturnos assombram-me os gritos mudos e as palavras abafadas por mãos ocultas e invisíveis. Quantas vezes a força desses gritos sonhados desagua num estertor aflitivo e manso que nos devolve brutalmente à realidade! Quantas as palavras que se abafam encerradas naquele balão de vidro que não conseguem estilhaçar!
É neste silêncio e escuridão que as minhas palavras andam mergulhadas.
E afundadas no Nada as palavras não brotam. As ideias não florescem. Os sentires solidificam pela força de um magma que não consigo deter.
Hoje lutei! A escuridão abriu brechas. O silêncio estilhaçou-se e as palavras dispararam como pássaros procurando a liberdade.
Hoje calei o Silêncio e dominei a Noite. Hoje ganhei!
De quando falta a luz de repente, retenho aquela escuridão densa. A cegueira total que atordoa durante alguns minutos. Um véu negro e opaco que nada deixa vislumbrar. Perde-se o sentido de orientação e de olhos abertos procuramos inutilmente os contornos que nos tranquilizam. E da escuridão espreitam-nos os medos ancestrais que julgávamos esquecidos. Antiquíssimos! Irracionais!
Dos pesadelos nocturnos assombram-me os gritos mudos e as palavras abafadas por mãos ocultas e invisíveis. Quantas vezes a força desses gritos sonhados desagua num estertor aflitivo e manso que nos devolve brutalmente à realidade! Quantas as palavras que se abafam encerradas naquele balão de vidro que não conseguem estilhaçar!
É neste silêncio e escuridão que as minhas palavras andam mergulhadas.
E afundadas no Nada as palavras não brotam. As ideias não florescem. Os sentires solidificam pela força de um magma que não consigo deter.
Hoje lutei! A escuridão abriu brechas. O silêncio estilhaçou-se e as palavras dispararam como pássaros procurando a liberdade.
Hoje calei o Silêncio e dominei a Noite. Hoje ganhei!
15 Comments:
Dulce no seu melhor.Já fazia falta.
Ganhaste tu e ganhámos nós.
Bjs
ALELUIAAAAAAAAAAAAAA!
Que bom teres "desbloqueado". Tinha saudades de te ler.
As tuas palavras brotam naturalmente e juntas transportam-nos onde tu queres.
Adorei!
Obrigado por teres voltado.
Bjs.
Escrevi
A vida é feita de pequenas coisas.
NÃO de afundamentos no NADA.
Tens tantas coisas bonitas ao teu redor.
E saberás tu mesmo o que é NADA?
Já pensaste na verdadeira acepção de clausura!
Ainda bem que foi só na escrita, imagina o que era estares 24 horas fechada dentro de quatro paredes sem nada em teu redor.
Ias dar mais valor à clausura que passámos sem as tuas palavras.
Ler-te é abrir uma janela para o nosso mundo.
Beijinhos
Ganhamos sempre que lutamos!
Estou rendida... Prosa de uma qualidade ímpar, Parabéns. Beijinho, Ell
É tão bom voltar a ler-te, Dulce....
Hoje lutaste, ganhaste e ganhámos nós....
Beijinhos
Continua a ganhar!
Era o que eu dizer! Vendo o exemplo junto, as tuas palavras não andam mergulhadas no nada!
Foi bom teres ganho ao silêncio e à solidão...
Há sempre alguém que resiste...
E há os que nos puxam a palavra e o sentimento. Sê bem regressada. Bjinho
Parabéns...Comentários para quê?
Do melhor que se lê por esta imensa blogosfera!
Um abraço desde a urze e as fragas serranas (estou-me a lembrar de Torga)
É importante calar a noite e dixar-mos o silêncio falar. Neste diálogo o nosso ser resplandece e torna-se mais consciênce para os nossos sentidos e para a nossa razão. Gostei do que li.
Ganamos todos. Tu fortaleza nos fortalece.
Un beso fuerte.
Não basta ganhares hoje. Terás que ganhar sempre.Sei como é difícil essa luta dentro de nós porque muitas vezes também eu estrebucho para vencê-la.Mas quem, como tu, percorre os caminhos com tão alta claridade terá forçosamente que vencer o escuro e, nessa altura, verificarás que existem outras mãos estendidas para que as apertes. Este blogue é um espaço de reflexão e uma obra de escrita e de sentimentos. Voltarei mais vezes.
Ainda estou de férias, mas hoje tive acesso a um computador e imagina quem vim visitar primeiro?...
Um beijito
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