quarta-feira, janeiro 25, 2006

Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

MOURÃO-FERREIRA, David, "Obra Poética"

7 Comments:

Blogger Dulce Gabriel said...

Também gosto de David Mourão Ferreira.Vim dizer-te que estou de volta...E então,conseguiste descobrir a Textos e Pretextos???

4:32 da tarde  
Blogger AQUENATÓN said...

Sim ! Nem imagina ...

Bji

6:00 da tarde  
Blogger Maria Carvalho said...

Uma maravilha. David Mourão Ferreira incomentável, obviamente. Beijinhos, Dulce.

6:42 da tarde  
Blogger escrevi said...

É realmente um poema cheio de ternura e romântismo.

Bjs.

1:36 da manhã  
Blogger ☆Fanny☆ said...

Grande POETA!
David Mourão Ferreira, meu professor de Líteratura Francesa...um professor que me marcou muito.
Fiquei emocionada em lê-lo...Obrigada.

Um beijinho*

Fanny

4:03 da tarde  
Blogger lena said...

David Mourão-Ferreira um grande Poeta que admiro

Dulce, consegues trazer sempre grandes nomes da nossa poesia até aqui

beijinhos

12:43 da tarde  
Blogger Luís Botelho Ribeiro said...

Obrigado, muito obrigado. Não conhecia esta "ternura"! Ou talvez sim...

LBR

11:15 da manhã  

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