quarta-feira, novembro 29, 2006

Crepúsculo




Recuaste. Como eu, também tu a tinhas visto. Impossível ignorar o chamamento. Saimos, dispostos a fixar para sempre aqueles instantes.
O lago transbordava de magia. Próximo, vestia de negro, enquanto que, perto do horizonte, reflectia os matizes do fim do dia. Mas era no céu que os olhos se perdiam. À medida que a noite descia, tingia-se o azul de diferentes cores. Alteravam-se as "nuances" de minuto a minuto.
O laranja que ainda há pouco coloria uma larga faixa de céu, cingia-se agora apenas a uma estreita linha que debruava o horizonte.
A luz diluía-se na noite que se avolumava. No ar encadeavam-se o coaxar surdo dos sapos e o vibrante canto da cigarra.
E ficámos...
Presos dentro de um quadro de sonho.
Enfeitiçados pela magia dos sons.
Esmagados por uma beleza que nos transcendia.
Ficámos. Até que o último feixe de luz foi devorado pelas trevas.

(Fotos minhas)

13 Comments:

Blogger Brandybuck said...

Qual delas a mais fantástica? A descrição ou as fotos?

É por isso que sempre tenho de voltar.

7:59 da tarde  
Blogger Peter said...

Bom texto e boas fotos.

8:46 da tarde  
Blogger Era uma vez um Girassol said...

Texto enfeitiçado!
E as fotos a ilustrá-lo...
Lindas, mostrando as nuances do ocaso...
Beijinho

9:25 da tarde  
Blogger mfc said...

E se tivéssemos a ínfima possibilidade de começar tudo de novo?!
Esquecer tudo... apenas sorrir.

11:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Crepúsculo ?
Luz devorada pelas Trevas ?
Dulce, e se lhe chamásse-mos:
Nascimento da Noite.
Estrelas Cintilantes.
Noite de Luar.´
Feixe de raios prateados.
Sobre o Rio, o Teu.
Sobre o Mar, o Meu.
Sobre as nossas fantasias.
Nossas de toda a Humanidade.
E no seguimento da Madrugada.
A Luz Devorando a Noite.
No "tal" sublime, Ponto.
O Crepúsculo da Noite.
Versus Nascer do Dia.
Como todos os Extremos.
Estes, tambem se Tocam.
poetaeusou(tentandonãoestartriste)

11:48 da manhã  
Blogger Aldina Duarte said...

Uma faixa cor-de-laranja no céu é uma gargalhada de Deus, cá para mim :-D

Até sempre

3:31 da tarde  
Blogger Besnico di Roma said...

Tranquilidade e a nostalgia do final de um dia, foi o que me transmitiste. Tranquilidade que se poderia prolongar até ao amanhecer de um novo dia, de uma fresca e pura manhã, com novas cores… sem pressas, sem o telefone a tocar, sem incumbências, sem insignificantes coisas importantes, que não importam nada por serem tão importantes, que não prestar atenção à sua importância seria um beneficio social para o mundo.
Não sei se me expliquei bem. Mas fica aqui um beijito e os meus agradecimentos.

3:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Linda a imagem

5:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Há fotos que ficam para sempre,
por serem vividas, por serem entendidas,
por serem momentos únicos.
Parabéns por tamanha sensibilidade.
Beijinho

6:16 da tarde  
Blogger Maria Carvalho said...

As fotografias são lindas e adorei o texto!! Beijos, bom fim de semana para ti.

6:22 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Enfeitiçado pela magia das palavras.

7:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tristeza

Perguntas-me se ficaria
Triste
Se não tivesses vindo
Montado nesse cavalo
Alado,
Na noite de tempestade
Que se abateu sobre mim.
Sim,
Ficaria triste,
Choraria lágrimas enxutas
Por não saber ainda
Chorar a ausência,
Por ter as mãos vazias
E o peito moribundo
E ficaria triste
De não poder trazer-te
Comigo
Nesse cavalo alado,
Através da tempestade,
Quando a tristeza me invade.
Ficaria triste.
Sim.

é tão lindo e está tão bem construido, além de ter várias "liberdades poéticas" que não resisti em pôr aqui no seu blogue.

é da exmª sra Paula Raposo.

tambem para lhe dizer que, finalmente, dou a cara no meu blogue.

obrigado

black angel
voyeurthree.blogspot.com

o seu texto, sim...

8:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se não tivesses vindo
Montado nesse cavalo
Alado,

E ficaria triste
De não poder trazer-te
Comigo
Nesse cavalo alado,


realmente...

9:05 da tarde  

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