Noite!
Aquele ruído enchia a noite.
A minha noite!
Ao silêncio do quarto sobrepunha-se aquele som dominador - impossível de ignorar.
O vento e o mar. Ou o mar e o vento. Qual deles o mais forte!
De olhos fechados, apurei o ouvido tentando isolá-los, mas era como se o mar e o vento - ou o vento e mar - se enovelassem num abraço, e era os dois que eu ouvia.
Levantei-me e fui até à janela. O mar não se distinguia, mas no céu a lua despontava de um emaranhado de nuvens - desenhando-as de novo a cada segundo que passava. Aquela luz leitosa derramava-se numa pequena cascata que ora se escondia ora reaparecia - a única luz naquela noite tão escura.
O vento lá fora arrepiou-me a pele e um friozinho desagradável percorreu-me toda. Abraçei-me com os meus próprios braços e voltei para o conforto da cama.
Fechei os olhos. Procurei um aroma morno que me envolvesse e, enrolando o meu corpo a um sonho, foi no embalo de uma respiração compassada que adormeci de novo.
(Foto em www.trekearth.com)
2 Comments:
Ao som do mar, no seu vai e vem, só podes ter tido um mágnifico sonho.
Nesse embalar, tudo é possivel acontecer.
É muito bom ler-te. Cada vez melhor.
um beijo com amizade.
Adormecer assim, depois de ver essa paisagem, é muito bom:)
beijos
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