Diz tu por mim, silêncio
Não era hoje um dia de palavras,
Intenções de poemas ou discursos,
Nem qualquer dos caminhos era nosso.
A definir-nos bastava um acto só,
E já que nas palavras me não salvo,
Diz tu por mim, silêncio, o que não posso.
SARAMAGO, José, "Os poemas Possíveis", Caminho, Lisboa, 1999, p.174
Intenções de poemas ou discursos,
Nem qualquer dos caminhos era nosso.
A definir-nos bastava um acto só,
E já que nas palavras me não salvo,
Diz tu por mim, silêncio, o que não posso.
SARAMAGO, José, "Os poemas Possíveis", Caminho, Lisboa, 1999, p.174
11 Comments:
Está tudo dito, na sintonia perfeita, dos silêncios!
Já me não salvo. Nem nas palavras nem no resto...
Desculpa, mas não gosto de Saramago, logo deves dizer tu e não o teu silêncio:)
beijos
gostei....boa escolha...
que no silêncio das finitas palavras não ditas fica apenas o pesar de um olhar sem nada que dizer...
O Saramago excedeu-se no título da obra para os seus poemas.
Estes «Poemas Possíveis» são tão bons quanto a sua prosa, sobretudo a partir de «Levantados do Chão». Por isso achar que o título da obra deveria excluir -- Quem sou para tamanha ousadia -- este «Possíveis»
Boa escolha
A poesia do Saramago é tão bela quanto alguma da prosa que li dele. Fascinante. Beijos.
Chego tarde, mas como diz o ditado, mais vale tarde do que nunca, aqui fica um grande beijo pelo aniversário, meio século, um tempo que parece que ainda foi ontem.
Um beijo. Augusto
Lindo...
Às vezes, tantas vezes, é mesmo assim!
Bjinho
O silêncio é a música das palavras por dizer!
Aldina
Hoje foi um dia sem palavras.
O Saramago é um mago da palavra.
Eu gosto muito de quase tudo que ele escreve (do último livro não gostei).
Em tempos trocamos comentários (até tenho o teu link). Quase me esquecia de ti, não fosse andar a fazer uma revisão aos ditos links...
Beijinhos.
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