quinta-feira, setembro 07, 2006

Escrivaninhas

Gavetas e gavetinhas.
Prateleiras diversas.
Pequenas portas e compartimentos escondidos.
Torneados que ocultam pequenos esconderijos.
Assim são as escrivaninhas.
Realmente, não sei bem o que me atrai nelas. Se o seu encanto de móvel antigo, se o ar de mistério que delas emana.
Esta, como todas, tem também o seu compartimento secreto. Para além das pequenas gavetas que se expõem à vista de todos, sei que algures por detrás de um simples mecanismo, se esconde um outro compartimento - um espaço ínfimo e oculto - onde podemos guardar aquilo que não queremos exposto.
Como nas nossas vidas também. A maior parte está à vista de todos, mas sempre existe uma pequena parte bem escondida.
Protegida dos olhares.
Que se descobre através de um gesto secreto.
De uma palavra-passe.
De um olhar.
Que se esconde atrás de uma fachada.
Que se oculta por detrás de uma máscara, ou de várias.
Que se disfarça com um ténue mas eficaz véu de mentira.
Como uma escrivaninha. Esta, mais simples nos seus mecanismos de ocultação, mas igualmente eficazes.
Decidi-me! Vou comprar uma para mim. Depois das máscaras caídas há ainda que arrumá-las num qualquer sítio - num qualquer compartimento secreto - oculto atrás de um simples mecanismo. Uma escrivaninha!

(Foto minha)

12 Comments:

Blogger Aldina Duarte said...

O que mais me encanta nas escrivaninhas, um pouco como nos contadores,mas mais ainda neste caso, é que são móveis de tamanho normal feitos com especial atenção e requinte para muito do que é acessório e pequenino!

obrigada plos comentários!

até sempre

8:04 da tarde  
Blogger Era uma vez um Girassol said...

Lindas...mas não me atraem!
Interessante e bem observado, o paralelo: os compartimentos secretos, os segredos ocultos...
Todos temos...Pouco importa.
Mas a escrivaninha se é o teu objecto de culto...Força, compra-a!
Eu tive uma dessas na adolescência e não me serviu para nada, nem tão pouco a secretária que comprei com o meu primeiro ordenado...
Eu gostava mesmo é de estudar e escrever na cama...Manias!
Bjinhos

10:02 da tarde  
Blogger wind said...

Estive 5 minutos a pensar o que escrever.
E vou acabar por escrever o mais idiota: Identificação total!
beijos*
Bonita foto:)

10:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ola Dulce, desculpa-me o facto de comentar sem login mas a verdade é que não consigo deoutra forma.
Uma escrivaninha com gavetas secretas! Quem não precisa de uma? Dá imenso jeito... Mas melhor que tudo seria uma simples secretária sem segredos.
És demais, mas belo post... Parabens.
jocas

10:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Visitei e gostei: Espero uma visita no se-if.blogspot.com e ao odisseus. Beijos

11:48 da tarde  
Blogger o alquimista said...

Vou comprar uma também, esta coisa de escrever numa mesa não dá geito...

Beijo

1:11 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

ah! se minha escrivaninha falasse!!!!!!!!

beijinhos

desire

1:24 da manhã  
Blogger Zé-Viajante said...

Adorava ter uma escrivaninha. Mas para além do preço, havia o problema do lugar onde a colocar. Uma escrivaninha precisa de UM LUGAR ESPECIAL que eu não tenho.

8:59 da manhã  
Blogger Maria Carvalho said...

Lugares recônditos. Espaços só nossos. Gosto imenso de escrivaninhas e não tenho nenhuma...beijos, bom fim de semana.

3:42 da tarde  
Blogger Unknown said...

Amiga,
Voltei hoje a blogosfera, depois de quase 3 meses de desncanso.
E volto hoje com festa... Gostaria de poder contar com sua presença nesta data duplamente feliz para mim...
Beijos, flores e muitos sorrisos!

4:08 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Guarda na tua escrivaninha esta canção de Cecilia Meireles, que fui procurar especialmente para te oferecer para guardares numa gaveta tua escrivaninha.

Canção

No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.


Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto


Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.


Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.


E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.


Cecilia Meireles

Um beijinho, e vem visitar-me no meu blog.

Isabel

4:23 da tarde  
Blogger Su said...

gsotei das palavras. dos segredos. de escrivaninha...
jocas maradas

2:33 da manhã  

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