Definição
Quarto. Um espaço mais ou menos quadrado. Mais ou menos espaçoso. Mais ou menos aconchegante.
Quarto. Um espaço onde se dorme. Onde se repousa. Onde se ama. Onde se morre.
Sempre um espaço íntimo. De recolhimento.
Há-os de vários tipos. Há o nosso - criado à nossa medida e gosto.
Há os dos nossos amigos, onde invejamos por vezes este ou aquele pormenor.
Há os de sonho - os que possuem tudo o queríamos ter.
Há os dos hotéis. Alguns virados para o mar, com largas e panorâmicas janelas onde acordamos o olhar. Espaçosos. Luxuosos. Claros.
E há os mais funcionais. Das pequenas pensões. Das estrelas menores. Apenas funcionais. Com o essencial. Sem paisagem. Com uma janela comum vestida de finos cortinados brancos românticamente arrepanhados. Janelas que abrem para páteos debruados de janelas. Janelas que abrem para páteos plantados de arvoredo.
Quartos onde nos enfrentamos sós num espelho que nos espreita, atento a todos os nossos passos. Quartos silenciosos que temos que preencher com a música que encostamos ao ouvido. Quartos em que a televisão é a única companhia com voz - e mesmo essa ... dispensamos. Quartos impessoais. Para agradarem a qualquer um.
Aqui, somos também outros. Ou podemos sê-lo se o quisermos. Depois da porta fechada deixamo-nos conquistar. Fundimo-nos no silêncio que preenche intensamente todos os espaços. Paramos frente ao espelho que já nos havia olhado, e olhamo-nos nós nele. Do outro lado alguém nos fita. Nós, ou o outro por detrás de nós que se quer fazer notar?
Abro a cama. Dispo-me. As almofadas levantadas convidam ao repouso. Olho o comando da televisão na mesa de cabeceira. Ligo? Não ligo? Fecho os olhos e carrego num botão à toa. Agridem-me sons agrestes que rapidamente silencio. Deslizo os pés nos lençóis. Gosto da sensação de frescura e do som que o contacto provoca.
Deixo-me afundar lentamente nesta calma. Abrigo-me naquele canto sossegado que antecipa o sono.
Sou eu ainda que estou aqui.
A música baixinho nos ouvidos vai e vem ... vai e vem ... vai ...
Quarto. Um espaço onde se dorme. Onde se repousa. Onde se ama. Onde se morre.
Sempre um espaço íntimo. De recolhimento.
Há-os de vários tipos. Há o nosso - criado à nossa medida e gosto.
Há os dos nossos amigos, onde invejamos por vezes este ou aquele pormenor.
Há os de sonho - os que possuem tudo o queríamos ter.
Há os dos hotéis. Alguns virados para o mar, com largas e panorâmicas janelas onde acordamos o olhar. Espaçosos. Luxuosos. Claros.
E há os mais funcionais. Das pequenas pensões. Das estrelas menores. Apenas funcionais. Com o essencial. Sem paisagem. Com uma janela comum vestida de finos cortinados brancos românticamente arrepanhados. Janelas que abrem para páteos debruados de janelas. Janelas que abrem para páteos plantados de arvoredo.
Quartos onde nos enfrentamos sós num espelho que nos espreita, atento a todos os nossos passos. Quartos silenciosos que temos que preencher com a música que encostamos ao ouvido. Quartos em que a televisão é a única companhia com voz - e mesmo essa ... dispensamos. Quartos impessoais. Para agradarem a qualquer um.
Aqui, somos também outros. Ou podemos sê-lo se o quisermos. Depois da porta fechada deixamo-nos conquistar. Fundimo-nos no silêncio que preenche intensamente todos os espaços. Paramos frente ao espelho que já nos havia olhado, e olhamo-nos nós nele. Do outro lado alguém nos fita. Nós, ou o outro por detrás de nós que se quer fazer notar?
Abro a cama. Dispo-me. As almofadas levantadas convidam ao repouso. Olho o comando da televisão na mesa de cabeceira. Ligo? Não ligo? Fecho os olhos e carrego num botão à toa. Agridem-me sons agrestes que rapidamente silencio. Deslizo os pés nos lençóis. Gosto da sensação de frescura e do som que o contacto provoca.
Deixo-me afundar lentamente nesta calma. Abrigo-me naquele canto sossegado que antecipa o sono.
Sou eu ainda que estou aqui.
A música baixinho nos ouvidos vai e vem ... vai e vem ... vai ...
12 Comments:
Amiga,
Espero que estejas a ter um optimo fim de semana e que o passeio esteja a correr às mil maravilhas.
Beijos para ti
Ana
Maravilha:)))
beijos
Um que tudo esteja bem, e a felicidade ande por aí.
Fica bem.
Manuel
Quem se lembraria de escrever sobre os quartos onde dormimos ou por onde passamos...!!!!Só tu!!!
Tem muito que se lhe diga, este texto...
TV no quarto, recuso...!!!!
Beijinho
TV no quarto também. Não para ver. Mas ir ouvindo, até desaparecer o som e a luz ténue do ecran.
Sempre belas as palavras. Na cadeira de Int. à Literatura entreguei um texto sobre 'Quartos'. Escolhi aquele de que me lembrava melhor : o do hospital onde estive. Recordei-o agora ao ler-te. Beijos.
Lindo é sempre o cantinho em que nos abrigamos. O nosso canto, onde nos despimos do mundo e somos somente nós... assim me sinto no meu quarto, que é o meu cantinho, que é o meu mundo
Adorei...
Quarto trincheira do mundo…Abrigo.
Passei pelo teu blog, agradou-me muito, espero voltar se não te importares,
Como diz o povo Basco
Agur
Abraço até um dia
Quarto!...
Um espaço onde tudo pode acontecer.
Mais ou menos...do repouso à fadiga, da conversa ao silêncio. Espaço de mistério, de interioridade, de reflexão, de amor e paixão.
Quatro paredes e uma porta; para onde?...
eis a questão!
João Norte
... vai e vem...
Não, não é absolutamente esse movimento. Desnorteado. Perdido.
Vem. Sempre com o mesmo passo. Certo. Determinado.
Magia de palavras ?? Letras que se unem por magia e transformam o mundo ?
Seja essa arte!
Um beijo, amiga.
muito interessante o texto!!! ;) gostei imenso ;)
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