À noite!
Deste lado da porta é o meu espaço. O silêncio recebe-me enquanto a solidão me abraça. Deste lado da porta sou apenas eu. Estou apenas eu.
Ao espelho as roupas caem e o cabelo solta-se. A maquilhagem apagada ... apenas os meus traços ficam.
Visto-me para a noite. Espreguiço-me. Descalça, sinto a madeira do chão, macia sob os meus pés. Já me esperam o livro e a música. Um oceano pacífico que me embala até ao esquecimento. O telemóvel ali ao lado. As últimas mensagens da noite. O carinho na vibração esperada.
Lá fora agitam-se ainda as vozes. Passos no corredor. A luz espreita insinuante por debaixo da porta.
Entrego-me à música e à frescura dos lençóis. Percorro as linhas de uma história que mal começou ainda. Volto atrás. Leio de novo - o pensamento desviado para outro caminho. As palavras a agruparem-se quase por vontade própria - quase acima do meu querer.
Insisto. Volto atrás. Leio de novo. "El 19 de julio de 1939 ..." Paralelamente percorro outras palavras. Palavras que se agrupam e que me fazem desistir da leitura. Pego no caderno e na caneta. Por alguns momentos, aguardo. Recupero as palavras pensadas. "Deste lado da porta é o meu espaço."
E desse lado da porta? Há a contenção e a frieza. Duas batidas. Duas vontades. Desiquilíbrio. Ou apenas aquele equilíbrio perfeito entre o não e o nada.
Não querer.
Não fazer.
Nada ter.
Esquecer.
Recusar.
Desse lado da porta.
Aí, onde não chego. Onde não pertenço.
Eu estou aqui! Deste lado da porta. O meu espaço. Conquistado. Meu.
Ao espelho as roupas caem e o cabelo solta-se. A maquilhagem apagada ... apenas os meus traços ficam.
Visto-me para a noite. Espreguiço-me. Descalça, sinto a madeira do chão, macia sob os meus pés. Já me esperam o livro e a música. Um oceano pacífico que me embala até ao esquecimento. O telemóvel ali ao lado. As últimas mensagens da noite. O carinho na vibração esperada.
Lá fora agitam-se ainda as vozes. Passos no corredor. A luz espreita insinuante por debaixo da porta.
Entrego-me à música e à frescura dos lençóis. Percorro as linhas de uma história que mal começou ainda. Volto atrás. Leio de novo - o pensamento desviado para outro caminho. As palavras a agruparem-se quase por vontade própria - quase acima do meu querer.
Insisto. Volto atrás. Leio de novo. "El 19 de julio de 1939 ..." Paralelamente percorro outras palavras. Palavras que se agrupam e que me fazem desistir da leitura. Pego no caderno e na caneta. Por alguns momentos, aguardo. Recupero as palavras pensadas. "Deste lado da porta é o meu espaço."
E desse lado da porta? Há a contenção e a frieza. Duas batidas. Duas vontades. Desiquilíbrio. Ou apenas aquele equilíbrio perfeito entre o não e o nada.
Não querer.
Não fazer.
Nada ter.
Esquecer.
Recusar.
Desse lado da porta.
Aí, onde não chego. Onde não pertenço.
Eu estou aqui! Deste lado da porta. O meu espaço. Conquistado. Meu.
8 Comments:
Mas em breve vais ter outro espaço, completamente e todinho teu!!!
Até já :-))))
Beijos
Ana
Dulce, assim se encontra a paz de espírito, não existe a solidão de nós mesmos, todo o resto pode ser como não ser, uma certeza é certa, existes.
Um beijo. Augusto
Pois é querida amiga, esse lado da porta será sempre teu... o teu mundo, o teu espaço... Como eu entendo essas palavras... como eu entendo...
Beijinhos***
:))))Mais uma vez sorri quando acabei de te ler:)))
O teu espaço! Isso é muito bom:=)
Adoro esta música;)
beijos
Obrigado por hoje.
Adorei o que disseste...
Tenho muito orgulho em te ter conhecido e ter-te como amiga.
Beijinhos
E aproveita estes dias ;-)))
Muito bonito, gostei!
Bjs
Um texto muito bem escrito e reflexivo Dulce.
Beijo
Deste lado da porta há tanto para dar... e tão difícil é abrir a porta!
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