domingo, agosto 20, 2006

Diário de uma noite

Arrepiada a pele, contrasta com o calor do quarto.
Descalça, sinto o chão morno debaixo dos pés.
Fecho a janela depois de um último olhar. À estrada vazia. Às árvores cintadas.
Corro a persiana para que a manhã não me surpreenda.
Espreguiço-me e sorrio. Feliz. Apesar de só.
Como um gato que ronrona ao calor.
Olho-me no espelho enquanto me despojo das roupas - enquanto deixo que a solidão me possua inteira.
... que os sons se esbatam ...
... que as palavras antes ditas esvoacem sobre mim - agora mais fluidas, mais doces - de novo presentes ...
... enquanto as mãos pensam outras mãos e procuram o abrigo do corpo ... a carícia perdida ...
... enquanto o corpo saciado e pleno se recria no sonho ...

4 Comments:

Blogger Bigmac said...

Primeira olhada que dou, primeiro gosto que tenho, verificando o seu sabor.... hummm interessante.

1:59 da tarde  
Blogger wind said...

:)))) Lindo e eu sorrio:))))
beijos

2:10 da tarde  
Blogger Maria Carvalho said...

Ao recriar o sonho, tudo é possível! Gostei muito de ler. Beijos.

4:23 da tarde  
Blogger Era uma vez um Girassol said...

Gostei muito destes textos, apesar do seu melancólico e solitário.
Muitas precisamos de estar sós, para ouvir a nossa própria respiração, para meditar, para sentir verdadeiramente na pele que estamos vivos e capazes ainda de fazer tanta coisa...
Principalmente escrever, para quem tem esse dom!
E ouvir esta canção..
Beijinhos

8:55 da tarde  

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