terça-feira, março 21, 2006

Poesia-Orgasmo


De sílabas de letras de fonemas
se faz a escrita. Não se faz um verso.
Tem de correr no corpo dos poemas
o sangue das artérias do universo.

Cada palavra há-de ser um grito.
Um murmúrio um gemido uma erecção
que transporte do humano ao infinito
a dor o fogo a flor a vibração.

A Poesia é de mel ou de cicuta?
Quando um Poeta se interroga e escuta
ouve ternura luta espanto ou espasmo?

Ouve como quiser seja o que fôr
fazer poemas é escrever amor
e poesia o que tem de ser é orgasmo.

ARY DOS SANTOS, José Carlos, "Obra Poética", Edições Avante, Lisboa, 1994, p.415
Foto em www.olhares.com)

(Hoje é dia Mundial da Poesia e Dia Mundial da Árvore. O meu post pretende lembrar estes dois eventos)

11 Comments:

Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

Hoy, leo el poema que nos dejas, escucho tu música y me han regalado un pequeño alcornoque. Todo discurre con suavidad en este día hermoso en el que renace la esperanza. Un beso para ti.

3:05 da tarde  
Blogger ☆Fanny☆ said...

Sem dúvida que sim. Há poemas que são autênticos orgasmos da alma! Um prazer imenso se instala dentro de nós, libertando sussurros de vida...Escrever poesia é fazer amor com as palavras!

Um abraço com aromas de Primavera*

Fanny

5:13 da tarde  
Blogger AQUENATÓN said...

O DIA DOS GUERREIROS DO AMOR !

Bji

5:21 da tarde  
Blogger escrevi said...

Provocador, sensível, verdadeiro, profundo, Ary dos Santos.

Bjs.

5:33 da tarde  
Blogger JPD said...

Belíssimo poema.
Bjs

9:52 da tarde  
Blogger wind said...

Um dos meus poemas preferidos do Grande Ary pela força que tem:) Boa escolha;) beijos

11:23 da tarde  
Blogger Mitsou said...

Parabéns pela escolha do poema, amiga.
Ary, sempre!

Beijinho doce e bom resto de semana.

(P.S. Continuo arredada...)

11:51 da tarde  
Blogger greentea said...

voltarei aqui.

pela doçura

pelas flores


pela primavera.

bjs

11:15 da manhã  
Blogger Dad said...

Escolheste bem a homenagem para o dia! Ler Ary dos Santos é sempre um grande prazer.
Bjs

12:06 da tarde  
Blogger Maria Carvalho said...

Só hoje leio este sublime poema do Ary!!! Não tenho nenhum adjectivo mais para o poder qualificar. Beijinhos para ti, Dulce. Uma escolha ímpar.

12:18 da tarde  
Blogger Hata_ mãe - até que a minha morte nos separe Hugo ! said...

Dulce
adorei reler o Ary neste poema.
Um dia conto um caso relacionado com ele, assisti a várias declamações clandestinas.
um beijinho

9:44 da tarde  

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