Hibernação
No regaço do tempo me conchego:
Passam e passam os dias em modorra
E bolor, que os gestos entorpece.
Não há nesta dormência outro sossego
Que estar ciente o corpo da desforra,
Se a hora prometida lhe amanhece.
SARAMAGO, José, "Os poemas possiveis", Caminho, Lisboa, 1999, p.54
Passam e passam os dias em modorra
E bolor, que os gestos entorpece.
Não há nesta dormência outro sossego
Que estar ciente o corpo da desforra,
Se a hora prometida lhe amanhece.
SARAMAGO, José, "Os poemas possiveis", Caminho, Lisboa, 1999, p.54
posted by Maria at 5:17 da tarde
5 Comments:
Vais-me desculpar Dulce, mas não gosto nada, mas mesmo nada de Saramago e para mim este poema é confuso, não o consigo sentir. Mais uma vez desculpa:) beijos
Leio os Poemas possíveis do saramago de vez em quando. A pessoa que me ofereceu a obra era uma incondicional do JS. Eu acho que o forte dele é a prosa. É nesse registo que se sente completamente livre e dominador. É na prosa, desde Levantados do Chão até ao Ano da Morte de Ricardo reis que o achei brilhante, fulgurante até.
Já percebeste...Gosto do JS.
Bjs
" Se a hora prometida lhe amanhece..."
São tantas as horas prometidas e tão poucas as que amanhecem...
Bji
Ainda bem que estamos a caminhar para o verão!
Beijinhos
Saramago gosta de o ler em prosa, no entanto há poemas dele que li e gostei, este não me lembro de o ter lido
a tua partilha é tão grande que nos consegues oferecer um pouco de tudo
beijinhos para ti Dulce
lena
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