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"Minha querida, se fosse possível voltar de novo ao princípio, nada havia que quisesse mudar, só queria ficar mais tempo nesse tempo em que ainda sabíamos tão pouco um do outro, em que os nossos corpos desconheciam tanto de si próprios, em que entrávamos num mundo novo que nós dois fazíamos sem saber como, mas fazíamos com gestos e palavras enquanto o mundo todo morria à nossa volta."
PAIXÃO, Pedro, "Amor portátil", Livros Cotovia, 1999, p.52
(Foto em www.olhares.com)
5 Comments:
Belo!! Palavras cheias de sentido...Beijinhos, Dulce.
Por a hipótese de voltar ao princípio,é aceitar que alguma coisa correu mal, mas de nada serviria contra ao que o destino escolheu para nós.
Um beijo. Augusto
Como é nostálgico pensar no princípio de uma relação. beijos
Só na aparência é que poderia ser admitida a »Paixão dos inocentes...» porque se há coisa alheia à construção do PP é inocência. Haverá lirismo, emoção, entrega, tudo. Inocência, não!
Belo texto.
Bjs
O princípio, aquele tempo em que da descoberta, se desenvolve e se apura o sentido.
Os sentidos.
O contacto do corpo, o toque que explora, o gesto que sensibiliza, as palavras que seduzem.
No príncipio, os sentidos.
O mundo à volta, não existe.
No príncipio, os afectos.
Como se viesse do primeiro dia. E esse fosse o primeiro do resto da vida.
E desse modo a viagem da vida, completa-se.
E sente-se a voz do impossível. E de novo o avanço.
Após o príncipio, volta a descoberta.
Em cada passo, em cada gesto, nas palavras.
E reiventa-se o amor.
Nas esquinas da cidade, com os olhos e coração repletos de fome de ternura.
O entendimento, no silêncio de mãos dadas.
Um beijo, amiga
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