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"O desejo que se vive de longe torna-se um misto de dor e de incredulidade. É a dor de não se poder tocar no ente querido. É a dúvida ao imaginarmos que nunca nos vai ser possível tocá-lo. Quando o desejo tem de realizar-se no olhar, no olfacto, na percepção distante do gosto (que gosto tem o ar que o outro respira?), apenas satisfaz uma parte do seu potencial. Restam as mãos: os dedos orfãos de pele. Os dedos só existem para poder tocar outros dedos. Senão, passam demasiado frio. Este desejo vivido de fora alimenta o espírito de saudades."
JANER, Maria de la Pau, "As mulheres que há em mim", Dom Quixote, 2005, p.75/76
JANER, Maria de la Pau, "As mulheres que há em mim", Dom Quixote, 2005, p.75/76
9 Comments:
de nono Maria de la Pau Janer,
alimenta-me as suas palavras.
e como bem diz que o desejo vindo de londe é um misto de dor. a saudade presente no que escreve
gosto de a ler, Dulce
beijinhos muitos para ti amiga
lena
Concordo, nada como o tocar, o tacto, no outro:) beijos
Gostei muito de ler... não conhecia...
Beijinhos***
Dulce, o que é a saudade se não um grande desejo.
Um beijo. Augusto
Los dedos son como ángeles alados que infunden mucho más que vida.
Besos Dulce.
ai..esse desejo...que existe em mim....saudades de não poder tocar no ente querido..é isso mesmo...
jocas maradas
Bonita esta passagem, uma certa tristeza no ar...eu senti, ou nostalgia.
Boa noite, que tudo esteja bem contigo.
Um beijo
"Ese deseo que se vive de lejos se torna incleíblemente doloroso"
Y resulta más doloroso porque el deseo se quedará en deseo. En nada más.
Siempre tan sensible Dulce.
Bonito trecho... Embora triste!
Beijos e flores para ti! Hoje o sorriso é um pouco menos alegre por saber da partida do pai de uma de nossas queridas amigas, a Micas!
Fica bem!
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