Natal
E a lama inundou as ruas
Molhou os sapatos da multidão em compras
Sujou os papéis coloridos
Os laços brilhantes das oferendas
Enlameou todos os enfeites natalícios
E tingiu de castanho as barbas brancas dos pais natal.
A lama escorreu pelas paredes das casas
Condicionou o trânsito nas avenidas
Escureceu lâmpadas que iluminam ruas que iluminam gente
E a lama era indiferença, egoísmo, esquecimento.
Eu, que não acredito no Natal
Que não acredito no Jesus nascido numa manjedoura
Que não acredito no fruto da imaculada concepção entre deus e
humanos
No Jesus salvação
No Jesus expiação dos pecados do pai
No Jesus redentor, libertador, salvador da humanidade
Vi surgirem da lama que inundou as ruas
Imaculados, limpos
Multidões de sem tecto, sem pão e sem Natal
Livres de pecado porque despojados de esperança
Que sabem que Jesus nasce todos os anos num centro comercial
E é oferecido embrulhado em papel colorido.
Encandescente
em http://eroticidades.blogspot.com
com uma foto muito mais adequada e que vale a pena ver. Espreitem lá!
4 Comments:
Antes de espreitar o eroticidades, li aqui o poema Natal. Concordo. Gostaria de um dia saber transmitir assim, os meus sentimentos. Beijos para ti, Dulce.
li este excelente poema e fui até ao eroticidades, obrigada por partilhares o endereço do blog , porque gostei de passar por lá
a imagem é lindissima
espero que o teu Natal esteja a correr o melhor possivel
gosto muito de te ler, entre os meus silêncios e tens um cuidado muito especial em tudo o que partilhas
beijinhos meus
lena
No dia de Natal o Rui recebeu duas ou três cartas.
Que prenda, hem ?
É, o Natal também é isto. beijos
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