quarta-feira, dezembro 14, 2005

Dúvida

Perfilo-me à beira da vida
tentando
evitar o inevitável.
Dobro as esquinas com cuidado
evitando as surpresas.
Espreito os becos desertos
com a esperança de neles ver surgir
o in(esperado).
Fujo do confronto,
de olhar em frente
o que quero não ver mais.
Encolho-me no meu canto
e escolho
a imobilidade
pensando assim passar
despercebida.

A invisibilidade é o
que mais pretendo.
A instabilidade é o que possuo.
A paz é o que procuro
mas a desilusão espreita em cada passo.

Desilusão.
A ilusão desiludida.
Instabilidade.
Instável estabilidade.
Escondo-me do futuro
escudada na ilusão,
e à beira da vida, aguardo.
Imóvel.

Salto?

11 Comments:

Blogger Maria Carvalho said...

Não te escudes! Está muito bonito este poema...beijos para ti.

10:08 da manhã  
Blogger Impensamental said...

Bom dia, eu gostei de passear por estas palavras.

11:35 da manhã  
Blogger saisminerais said...

Será simplesmente um poema?
Será um espelho de ti mesmo?
será que são só palavrss?
prefiro a terceira! Só palavras que juntinhas, dão um poema, um conto, uma visão de alguem que não conheço... Mas nunca o que te vai na alma! Porque és doce, meiga, simpatica demais para sentires em ti tudo isto.
Está lindo mas não quero que sejas tu! de ti quero ouvir coisas que demonstram uma mulher feliz, realizada, contente com a vida que tem, cheia de miminhos lindos, porque és tu! Aquela mulher quye um dia tive a felicidade de conhecer, e nos poucos segundos que falei contigo, deu para entender que és fantástica.
Beijinho Do Alexandre e até breve.

1:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

... paralém das cartas ainda há outras surpresas....

6:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Idas e voltas de percursos incertos tranquilizadas nas vozes que por aqui se ouvem nos caractéres de sons dispersos!.. Existe sempre uma primeira vez para outras tantas subsequentes que nos enriquecem conhecimentos. A minha primeira vez foi um encanto, e os deuses estavam a dormir.

Beijos, Feliz Natal

9:00 da tarde  
Blogger lena said...

bonito o teu poema
transpira emoção em cada silaba e toca-me

beijinhos meus
lena

10:19 da tarde  
Blogger AQUENATÓN said...

Salta !
Não te escondas atrás da vidraça dessa janela, porque a alma está lá fóra, na vida, junto ao mar.
Bonito poema, como todos os teus...
Bji

11:54 da tarde  
Blogger escrevi said...

A "cobardia" que transparece em cada palavra não é própria da pessoa mais corajosa que já conheci, que ultrapassa cada obstáculo que a vida lhe tem colocado no caminho com uma força invejável.

Se lesse este poema sem conhecer o autor achava-o lindo!

Bjs.

10:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Só podes saltar se for para o lado Bom da Vida

10:15 da manhã  
Blogger Ana Fundo said...

Dulce...sem palavras!!!!
Espectaculo!!!
Beijos enormes da tua fã
Ana Paula

10:59 da tarde  
Blogger José said...

"Desilusão.
A ilusão desiludida"

Sonhos desfeitos... dúvidas criadas...
dias passados... novos dias... novos sonhos...
mas nunca saltes, Amiga. Sê o que és, porque tu dás tom, aos nossos sonhos.

E deixei cair o escudo, porque adorei este poema assim como tudo o que escreves.
Bem hajas

2:58 da tarde  

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