sábado, dezembro 03, 2005

Silêncio

Não esperem que responda
à pergunta que não conseguiram formular.
As palavras são escravas do silêncio
que a minha voz deixou libertar.

Não queiram ouvir-me de novo
cantando canções que jamais saberei:
a pauta é longa no sono
que em toda a noite busquei.

Venham sem me trazer
eu já não sei de onde sou ...

Vão sem me levar
eu não sei para onde vou ...

ARRIMAR, Jorge, "Secretos Sinais", Instituto Cultural de Macau, 1992, p.127

7 Comments:

Blogger augustoM said...

Gostei do poema do qual destaco os seguintes versos de gostei particularmente.
Não esperem que responda
à pergunta que não conseguiram formular.
Estive tentado a fazer um paralelismo, mas como era muito ousado, o melhor é ficar por aqui.
Um abraço. Augsuto

4:14 da tarde  
Blogger Peter said...

Não conhecias o meu blog individual? É um refúgio. Sempre do mesmo jeito. Um poema que li e de que gostei e a que procuro associar uma imagem adequada.
Sai, quando sai.

7:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"...As palavras são escravas do silêncio..."

O «Silêncio» de Jorge Arrimar, não conheço muito sobre este autor mas saio daqui mais henriquecida.
Beijinhos.

8:10 da tarde  
Blogger Su said...

adorei ler
adoro tuas escolhas
jocas maradas

9:27 da tarde  
Blogger AQUENATÓN said...

BOOOOOOOM DIIIIIIIA Dulce !

Belo texto de um autor para mim completamente desconhecido.
Obrigado pela escolha e divulgação aqui.

Bji

3:03 da manhã  
Blogger Que Bem Cheira A Maresia said...

Gostei deste silêncio :)

Bom fim de semana

beijoka da Lina/Mar Revolto

3:30 da manhã  
Blogger Maria Carvalho said...

Gostei imenso.

10:11 da tarde  

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