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Olhar para a frente sem saber o que vai ser de nós. Olhar para trás sem nada poder reviver, corrigir, emendar sequer. Não conseguir fixar o presente, bom ou mau, tanto faz, o presente que não será mais. Sentir-se transportado para a frente e depois para trás, ficar tonto, prestes a cair, sem ter mão no que pensar. Levantar, andar, voltar e depois parar num mesmo sítio, sempre diferente. Desistir, recomeçar, deixar cair, agarrar por momentos e depois abandonar. Sentir-se feliz, absolutamente feliz, e logo depois desesperar, sem esperança alguma de voltar a acreditar, e depois voltar a acreditar, e sentir a felicidade, aos poucos, a voltar. Tudo isto à volta de um amor, tudo isto e muito mais, meu amor, que te tenho de esconder. Senão dizia-te.
PAIXÃO, Pedro, "Muito, meu amor", Livros Cotovia, Lisboa, 2003, p.31
PAIXÃO, Pedro, "Muito, meu amor", Livros Cotovia, Lisboa, 2003, p.31
5 Comments:
Booom diiiia !
Belo texto de P.P !
Verdades como se nos vissemos ao espelho.
Afinal ...não sou o único ...
Bji
Dulce
Um óptimo fim de semana.
(Sobre o texto... não gosto muito.
Essa coisa de por amor esconder o que é tão verdadeiro e óbvio...hum...
já no anterior post, "ele" não a queria distrair, para isso escondia "coisas"...)
A presença e a visita, sempre !
Um abraço
Sem palavras...além do amor 'ser fogo que arde sem se ver' também é 'o querer e não querer...'. Belíssimo Pedro Paixão. Beijos, bom fim de semana.
Lindo extracto de texto:) beijos
adorei ler...esse saber e não saber, esse viver, o futuro, o passado, o presente em circulos dentro de nós...a vida feliz, o desespero, a esperança...ai como somos tão contraditórios.....
jocas maradas
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