Vozes
A voz ...
como a voz perdura!
Ecos do passado.
Timbres familiares.
Vozes estridentes,
impacientes,
ou a voz compassada
de quem recorda histórias
antigas.
As vozes ...
toadas monocórdicas
de quem recorda
um passado quase
esquecido.
Hesitantes,
semeadas de pausas
no intervalo das palavras.
As vozes ...
palavras sussurradas ao ouvido.
Os segredos.
Os amores.
Vozes doces,
trabalhadas,
roucamente ciciadas.
Vozes ...
vozes que se cravam fundo em nós,
que deixam sulcos.
Um dia percorremo-los
e é a nossa vida que encontramos
profundamente
desenhada com o estilete
dos sentimentos.
Hoje o meu silêncio
é povoado dessas vozes.
Amigas ...
Desesperadas ...
Impacientes ...
Zangadas ...
Doces.
E o silêncio
deixou de o ser.
(Foto em www.trekearth.com)
6 Comments:
Gostei de ler.
Vê o meu.
Bjs.
Muito bom este poema, então o final é demasiado real. beijos
"vozes zangadas
amigas
desesperadas
ou doces
vozes que deixam
de ser silêncio"
lindissimo este teu poema Dulce, parabéns
beijinhos meus
lena
Belo poema... Dulce !
a voz ... o murmúrio...e o desespero transparente de Ser mais que a voz... Ser Alguém, voz, rosto e vertigem.
Bji
E como é bela a voz do teu íntimo!
Adorei a maneira como acabaste com o poema:
"E o silêncio
deixou de o ser."
Dou sempre muita importência aos últimos versos e estes aqui estão simplesmente fantásticos! Que belo remate!
Deixo-te um beijinho e os votos de um Feliz Natal
Vozes... sons da vida
alguns marcantes, sim!
Outros, recordações...
Gostei muito das tuas vozes...
Continua a falar, assim.
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