Recomeço
Costumava telefonar-te uma hora antes para combinar o local do encontro. Normalmente o café mais próximo onde conversávamos um pouco e bebíamos a bica da noite. Umas vezes chegava eu primeiro, outras já te encontrava sentada, cigarro na mão e "phones" nos ouvidos recordando os últimos temas que ensaiámos. Bebido o café, percorríamos aqueles poucos metros até à igreja onde os restantes elementos conversavam e confraternizavam antes de entrar. Depois ... chegado o maestro, subíamos as escadas íngremes até ao topo e acomodávamo-nos até se iniciar o ensaio.
Era assim até há bem pouco tempo. Hoje, senti a tua falta. Eu e todos os restantes elementos que olhando para mim se recordavam de ti. Perguntaram sobre a tua doença tão súbita e fatal. Sentiram-me um pouco triste e perdida e chegaram-se a mim tentando compensar a tua falta. Infelizmente, não se substitui quem já morreu. Por diversas vezes olhei para o lado desejando ainda ver-te ali. Ainda me custa a crer que já não existas. Que já não te possa ver mais. Oiço ainda a tua voz e vejo os teus trejeitos em certos temas que cantávamos. Lembro-me do teu riso malandro. Sei o que dirias.
Um colega disse-me ter receado que eu não voltasse. Respondi-lhe que era muito estranho estar ali sem ti. Retorquiu-me haver ali outros amigos e que todos precisamos uns dos outros.
Tinha razão, sim!
Devemos lembrar sempre os que já partiram e guardá-los na nossa memória pois assim viverão para sempre, mas também acarinhar os que nos rodeiam e que ainda precisam de nós.
O ensaio acabou à hora do costume. Descemos as escadas íngremes e desembocámos na viela quase adormecida.
A noite cheirava a cigarro acabado de acender.
(Porque é importante ler os testemunhos e participar.
Porque cada vez mais são mais as pessoas que conheço que têm este tipo de doenças.
Porque é importante divulgar.
Porque é necessário ajudar.
Aqui fica o site: http://www.oncologiapediatrica.org/ )
Era assim até há bem pouco tempo. Hoje, senti a tua falta. Eu e todos os restantes elementos que olhando para mim se recordavam de ti. Perguntaram sobre a tua doença tão súbita e fatal. Sentiram-me um pouco triste e perdida e chegaram-se a mim tentando compensar a tua falta. Infelizmente, não se substitui quem já morreu. Por diversas vezes olhei para o lado desejando ainda ver-te ali. Ainda me custa a crer que já não existas. Que já não te possa ver mais. Oiço ainda a tua voz e vejo os teus trejeitos em certos temas que cantávamos. Lembro-me do teu riso malandro. Sei o que dirias.
Um colega disse-me ter receado que eu não voltasse. Respondi-lhe que era muito estranho estar ali sem ti. Retorquiu-me haver ali outros amigos e que todos precisamos uns dos outros.
Tinha razão, sim!
Devemos lembrar sempre os que já partiram e guardá-los na nossa memória pois assim viverão para sempre, mas também acarinhar os que nos rodeiam e que ainda precisam de nós.
O ensaio acabou à hora do costume. Descemos as escadas íngremes e desembocámos na viela quase adormecida.
A noite cheirava a cigarro acabado de acender.
(Porque é importante ler os testemunhos e participar.
Porque cada vez mais são mais as pessoas que conheço que têm este tipo de doenças.
Porque é importante divulgar.
Porque é necessário ajudar.
Aqui fica o site: http://www.oncologiapediatrica.org/ )
27 Comments:
Sem palavras, deixo-te um abraço.
E um beijo, sentido...
E apesar...a vida tem que continuar amiga.
Beijinhos grandes
E aproveitando, deixo este endereço da ACREDITAR
www.acreditar.org.pt
Bjs
Sou amiga de algu�m que tem escrito a favor da Acreditar. Penso que ainda este ano sair� um novo livro. Fico sem palavras.
sei...
beijos por te lembrares
Vem , vem voar nas " Asas De Fogo " ...
Um delicado beijo .
Obrigado pela visita. Considerando que se identifica como sendo "crítica muito crítica, amiga dos meus amigos, volúvel e Trabalhadora";
considerando a "mágia" das suas «postagens»;
considerando que é uma mulher com sentido de humor.
Cumpre-me, hic et nunc, (aqui e agora) informar o seguinte:
Haud ignota loquor (falo de coisas não conhecidas) para a grande parte dos leitores do meu blogue - inter alia (entre outras coisas) mais ou menos «treviais» mas ne quid nimis (nada de excesso). Há lugares próprios para fazermos uso de uma linguagem técnica o que não é o caso do meu blogue cujos destinatários vão desde «maltezes» até doutas "criaturas" passando por "fantasmas" da nossa praça.
Entendi a "mensagem" do seu comentário, facto que me deixa animado. Rissssssss
Sabe, timeo hominem unius libre - agora é você que deve traduzir esta frase do latim - Rissssssss
Não leve a vida muito a sério...
Um grande beijo para si.
Paulo Sempre.
Dulce sem comentários deixo-te um grande beijo.
Uma noite tranquila.
Fernandinha
É a primeira vez que aqui passo, e acho que vou voltar. Uma escrita fluída e sentida é para se continuar a ler. =)
Não imagino a sua dor, pois nunca por tal passei. Mas conheço quem passou e é desvastante, a dor. Mas, com o tempo, dói menos. E a vida lentamente retoma o seu curso. Força...
História triste!
Infelizmente também já passaram histórias dessas na minha vida. Diferentes, é certo, mas com o mesmo final.
Tais, penso eu, servem para nos mostrar a nossa fragilidade e insignificância obrigando-nos a pôr um freio nos dentes da "égua doida" que montamos.
O facto de sermos completamente impotentes nesta matéria assusta-me e perturba-me de uma maneira talvez exagerada e é por isso que assumo uma total cobardia em relação a este assunto.
Abraço
Jorge
http://vagabundices.wordpress.com/
Triste mas doce...
É assim a memória.
Um beijo
Bom, gostei de tudo o que li, adoro prosas poéticas...
Vou voltar, para continuar a ler-te, diariamente...
Quando à dor dessas perdas, infelizmente, já todos passámos por algumas. A sensação de vazio que se segue é quase inexplicável, mas tu conseguiste transmiti-la!
Jinhos!
Minha amiga,a dor é grande e a falta é algo que não se consegue repor.
Venho agradecer-te o carinho que me tens dedicado ao visitares-me sem que eu te retribua. Estou aqui de passagem; pois, vou-me ausentar por algum tempo. Mas a minha Fé, diz-me, que não vai ser longo.
Um grande beijinho e até breve
Voltei só para te dizer que já adquiri o livro "O que é o "Amor?" e achei-o uma ternura.
Vou levá-lo comigo, junto com os do António Paiva e do Mário Margaride que, também, acho deliciosos; e, assim, tenho-vos sempre presentes.
Beijinho
Desculpa, deixaste-me beijos no meu blog porquê? Não percebi. Leste os poemas? Os beijos são pelos poemas? Gostaste? Tudo bem.
Bello texto.
Não é normal oferecer prendas no dia de anos, mas é original, se entenderes podes fazer copy/paste das tuas linhas p/o site oncologiapediatrica.org,(parte do novo livro).
Paula Raposo - Penso que sou eu o amigo em questão. Não esqueci o teu Blog, tenho-te lido também, não te tenho comentado, apenas porque a prioridade pós laboral é o livro. Aqui, onde também leio sem comentar, "parei" apenas para deixar um beijinho de parabéns.
Vanadis, A.Jorge, tete...- fico a aguardar o deposito dos vossos textos (vossos dos vossos amigos) no site.
Isabel - "...a falta é algo que não se consegue repor", nada mais certo, visite o site e tenho a certeza que vai saber "esticar" esta frase até encher um écran.
Obrigado a todos, um beijinho extra à dona do blog e à Paula por partilharem comigo a aventura de um livro difícil.
PS: a web page não é minha, não foi feita por mim, apenas a quero partilhar, apenas quero humildemente tentar ajudar a Acreditar e os seus "carequinhas".
Lamentando tens de viver o teu luto.
Beijos
A vida continua.Se ela vir um sorriso na tua boca vai gostar muito!
Faz-lhe esse gosto.
Durante algum tempo vais sentir um vazio. Vais olhar para o lado e julgar vê-la.
Depois, a pouco e pouco, vai passar para o baú das recordações e deixar-te-á um sorriso, quando te lembrares dela.
Gosto muito de passar por aqui...
Beijitos
Dulce
As palavras não apagam nunca a dor mas se poderem atenuar já é bom...
Para ti uma palavra de solidariedade ... como te compreendo...
Beijinhos
José Gonçalves
Felizmente as pessoas não podem ser substituídas. A tua amiga permanecerá para sempre na tua memória e recordá-la é cada vez mais doce, mais calmo, mais apaziguador. Os outros, Dulce, precisam de ti e , acredita, a noite do teu regresso foi-lhes mais agradável e passou rapidamente. Um "passarinho" tinha voltado a cantar.
Beijinhos, amiga!
Comovente e lindo, amiga Dulce. (Infelizmente, como interiorizo quase como meu o teu comentário entre parêntesis!).
Beijos.
Continuo sem conseguir comentar o que sentes pela falta da minha mãe. Doí-me demais porque me faz pensar o dobro...É este nó na garganta, este vazio... Este algo quase tudo que não consigo descrever... obrigada por te lembrares dela.
Beijos
Sempre esteve presente mas agora encontro-a quase em cada esquina ou em cada lugar onde vou, porque lá estive com ela um dia. Na semana passada estive na Musicália, na Fil. A primeira exposição que fui ver com ela foi à Fil precisamente e logo no primeiro stand voltou-me à memória, quando me deparei com uma exposição de pianos. Quantas vezes ela me disse que queria comprar um!! Ali estavam!
Vai continuar a estar presente e a doer, até um dia em que apenas se vai manter presente.
(...) O ensaio acabou à hora do costume. Descemos 'todos' as escadas íngremes e desembocámos na viela (...)
...
São as memórias que nos tornam imortais.
Abraço, amiga!
Eu encontro-a a cada passo que dou... cada vez que respiro... e sei que dói, mas... enfim...
Mas a dor vai continuar, Dulce. Apenas amenizada...
Um beijo, com carinho
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