Curto-circuito
Há uns poucos dias atrás, ao acender o meu candeeiro de secretária, ouviu-se um pequeno estalido e todas as luzes se apagaram. Era já noite escura e tive que percorrer tacteando alguns metros até conseguir accionar o interruptor milagroso que me devolveu a claridade.
Voltando à secretária constatei que o meu candeeiro continuava desligado. Soltei a pequena lâmpada opaca e através de uma pequena nesga na sua base, vi que todos os filamentos estavam no lugar. Bom, da lâmpada não era!
Desliguei o candeeiro da tomada e desde logo me apercebi que um pequeno borrão escurecido manchava a ficha. Algo estaria mal ligado e o curto-circuito acontecera!
Da minha modesta caixa de ferramentas retirei a chave de fendas mais pequena que possuo e com toda a paciência preparei-me para a operação. Fiz rodar a chave até o pequeno parafuso se soltar. Lá dentro, outro pequeno borrão escurecia a caixa enquanto que no meio dele os finos filamentos de cobre se apresentavam descuidadamente soltos. Ao longo do tempo e das ínúmeras vezes em que foi manipulado, algo saíu do lugar e ao perder-se a correcta ordem das coisas, o curto-circuito tornou-se inevitável. Tudo funciona na perfeição. Ao ser detectado um pequeno erro, o nível de controle seguinte reage e, para evitar males maiores, corta a corrente por completo.
Fomos nós, Homens, que pensámos e providenciámos para que assim fosse. A experiência aliada à inteligência e à prática a isso nos levou.
Porque não será então possível desenvolver essa mesma aplicação em nós mesmos?
Hoje os meus circuitos acordaram fragilizados. Algo ao longo do tempo e no decurso da vida de todos os dias os danificou e desde manhã que faço continuamente faísca.
A gripe abalou as minhas defesas e por isso faço faísca.
Sinto as costelas quase a estalar quando tusso - e tusso muito - e faço faísca.
A minha gata deitou ao chão e partiu a minha única taça de flocos e fiz faísca.
Dou-lhe uma palmada e de novo ... faísca.
Um idêntico borrão escurecido tem vindo a alastrar em mim ao longo do dia esborratando até a minha clara e habitual capacidade de visão.
Olho para ontem, para hoje e para amanhã e novamente estala a faísca.
Quando me lembro que ainda por cima é Carnaval ... as faíscas quase derivam em fogo de artifício.
Porque não se cumpre o que o Homem tão bem criou e entro de vez em curto-circuito?
(Imagem do Google)
12 Comments:
Um beijinho sem Faiscas para ti:-))
As melhoras linda
Ana
Porque provavelmente não seria muito agradável...
Deixa, ...deve ser por ser segunda-feira (e de Carnaval)
Beijo enorme Amiga! as melhoras!
A tosse passa (já passou). Os dias passam e vais deixar de fazer faísca.
Tens sorte, porque, por aqui, além de faíscas, há relampagos, TROVÕES, e a tempestade não quer ir embora...
Porque não será então possível desenvolver essa mesma aplicação em nós mesmos?
*
Será que é mesmo impossivel ?
Obrigado pelo bonbom,
duce...Dulce !!!
Gripe ainda não...mas partir o nariz e fazer curto circuito à beira do desmaio...aconteceu ontem. A vida continua e segue a dança...beijos.
A explicação é simples: tens uns fusiveis muito fortes não há curto-circuito que te valha. Na minha opinão é muito bom, temos mais força do que pensamos ter.
Um beijo. Augusto
Por isso eu vi, ontem mesmo, passando por aqui um clarão, vindo da margem sul...
As melhorinhas... um abracinho...
Porque se isso fosse possível as coisas ficariam muito mais complicadas. Não haveria a hipótese de mudar os filamentos e pôr tudo no sítio!!
As melhoras e resto de boa semana.
afonsobastos.blogspot.com
Obrigada, Dulce, pela visita. Beijos.
Há que tentar,na medida do possível, disfrutar das pantufas, da mantinha, do chazinho quente, do gatinho... A faísca pode ser sinal de fogo mas também de cinza arrefecida por apagar completamente...
As melhoras e parabéns pelo estado de ânimo que lhe permite escrever ainda que doente.
Até sempre!
Sinceramente desejo que essa gripe se vá embora e te deixe novamente com a energia que te é habitual!!!
Então que diria eu????
Estou toda amassada...e ainda bem disposta!
É preciso encontrar o humor mesmo onde parece não haver razão para rir...
As melhoras, beijinhos.
Há quem diga que o Carnaval são 3 dias...sejam lá os que forem, mas na rua a mim ninguém me apanha! No entanto, gosto de saber das tradições do nosso País e...li que de encontrões vive também o Carnaval de Cabanas de Viriato,
onde a «dança dos cus» mantém viva
uma tradição nascida em 1865.
E, uma foto da minha Catarina, vestida de palhacito.
Convido-te para espreitares a minha «palhacita»!
A avó comprou os vários tecidos a metro e foi confeccionado a olho, para no dia, ser uma surpresa para a neta, que adorou...
Sinto-te muito em baixo, abatida fisicamente, muito sinceramente do fundo do meu coração desejo as tuas melhoras. Beijos.
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