quarta-feira, fevereiro 08, 2006

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"O sol baixava no horizonte. O dia estilhaçara-se como uma pedra dura e a luz derramava-se pelas suas fendas. Como rápidas flechas emplumadas de trevas, os raios vermelhos e dourados trespassavam as ondas. Cintilações luminosas erravam no espaço como sinias de ilhas que se afundavam ou dardos lançados através das folhas de um loureiro por rapazes sorridentes e desavergonhados. Mas as ondas revestiam-se de claridade quando se aproximavam da praia e desfaziam-se com um ruído prolongado e surdo, como o de um muro desabando, um muro de pedras cinzentas que nenhuma luz poderia atravessar"

WOOLF, Virginia, "As Ondas", Relógio d'Água, Lisboa, p.166

(Foto minha)

5 Comments:

Blogger Maria Carvalho said...

Com esta maravilha de palavras até parece que é fácil escrever...Beijos, Dulce.

10:39 da tarde  
Blogger wind said...

Tão belo:) beijos

10:47 da tarde  
Blogger AQUENATÓN said...

Claridades de Wirgínia Woolf.
Belíssimo texto. Boa escolha como sempre !
Um beijo e um sorriso para ti tbm.

12:17 da manhã  
Blogger escrevi said...

Gosto.

Bjs.

1:14 da manhã  
Blogger Su said...

belo texto, bela foto.gostei
jocas maradas

8:57 da tarde  

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