terça-feira, janeiro 31, 2006

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"Eu estava deitada de costas sobre a relva e tinha os olhos fechados e sentia por debaixo de mim o peso húmido da terra e depois abri os olhos lentamente e vi um céu enorme sobre mim com algumas nuvens pequenas a passar e pensei: eu estou aqui.
E foi então, de seguida, que os lábios dele se aproximaram de mim, e a cara toda, e me obrigou a fechar os olhos outra vez para recolher aquele prazer tão estranho que vinha não sei de onde e eu pensei: eu estou aqui com o meu amor e nada de mal me vai acontecer enquanto estiver com ele e ele comigo por cima desta terra debaixo deste céu."

PAIXÃO, Pedro, "Muito, meu amor", Livros Cotovia, Lisboa, 2003, p.42
(Foto em www.olhares.com )

8 Comments:

Blogger Su said...

adorei ler.
como sempre as tuas escolhas, são belas de serem lidas e relidas
jocas maradas

9:01 da tarde  
Blogger wind said...

Lindo:) beijos

9:27 da tarde  
Blogger JPD said...

O PPaixão é inexcedível no tratamento das emoções.
Boa escolha.
Bjs

9:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu estava sentado, na cadeira negra como as tormentas que levo comigo, quando me dei por adormecido nas palavras que depositaste neste teu canto de alma. Senti-ne navegando no céu que mostras, deixando o coração na terra húmida onde te encontras. Dei por mim a ler pedaços de paraíso.


Obrigado pela partilha...Adorei!!!! Beijinhos imensos.

11:12 da tarde  
Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

Nada puede acontecer cuando dos bocas unidas sienten el cielo sobre sus cabezas y la tierra bajo sus cuerpos. Simplemente A.C.O.N.T.E.C.E.

Siempre tan romántica Dulce. Un beso.

12:03 da manhã  
Blogger José said...

Acho que estes textos já não necessitam de comentários, eles dizem tudo. Hoje vou comentar a foto.
Na vida, deviamos ser como o girasol, abrir as nossas pétalas para quem nos aquece, não nos deixando fechar na escuridão!
Bjs.

8:57 da manhã  
Blogger luis manuel said...

O céu, o mesmo céu que "ás vezes" aparece carregado e cinzento.
O conforto do sonho que embala, afastando as sombras da noite, obrigando a fechar os olhos e recolher o prazer que já não é estranho. É agora uma certeza, debaixo deste céu, nada de mal vai acontecer.
Um beijo, amiga Dulce

9:19 da manhã  
Blogger augustoM said...

O amor não escolhe lugar para acontecer.
Tive muita pena de ter perdido a oportunidade de a conhecer no jantar, palavra que era uma das pessoas por quem tinha maior expectativa, mas os jantares acabam sempre por ser um lugar de encontro com alguns desencontros. No próximo não volta acontecer.
Um abraço. Augusto

1:44 da tarde  

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