Escrito ontem, domingo de má memória!!
O céu está carregado e cinzento. Ameaça tempestade. O rio ao fundo, cinzento escuro está, e os barcos que o sulcam são pequenas manchas de luz que deslizam sobre as águas.
Dormi mal. Os sonhos que me costumam embalar - perdidos. Busco-os em vão. Tento recriar uma voz amiga, uma festa nos cabelos, mas apenas as sombras da noite se avolumavam sobre mim.
Olhei o espelho em frente e nele não encontrei o reflexo dos meus sonhos. Apenas me espreitavam as diversas facetas de mim. Como um prisma que ao tocar a superfície espelhada se dividisse.
E pergunto-me: Quem sou eu? O que quero?
E pergunto-te a ti que me olhas com um sorriso gelado: quem és tu? Para onde vais?
E também a ti mulher, cujos cabelos brancos espelham a idade: o que queres fazer do resto da tua vida?
E a ti?
E a ti?
E a ti?
Que procuras?
O que queres mais ainda?
O silêncio é total. Nenhuma de mim respondeu.
Apontam-me o dedo - nos seus rostos um desafio. Remetem-se ao silêncio e deixam-me a tarefa de escolher.
Passam as horas e o sono não vem. Na minha respiração compassada procuro o conforto que me embale.
À beira da cama, como à beira da vida, procuro a derradeira solução. A que eu conheço e mascaro. A única que reuniria todos os meus Eus.
Dormi mal. Os sonhos que me costumam embalar - perdidos. Busco-os em vão. Tento recriar uma voz amiga, uma festa nos cabelos, mas apenas as sombras da noite se avolumavam sobre mim.
Olhei o espelho em frente e nele não encontrei o reflexo dos meus sonhos. Apenas me espreitavam as diversas facetas de mim. Como um prisma que ao tocar a superfície espelhada se dividisse.
E pergunto-me: Quem sou eu? O que quero?
E pergunto-te a ti que me olhas com um sorriso gelado: quem és tu? Para onde vais?
E também a ti mulher, cujos cabelos brancos espelham a idade: o que queres fazer do resto da tua vida?
E a ti?
E a ti?
E a ti?
Que procuras?
O que queres mais ainda?
O silêncio é total. Nenhuma de mim respondeu.
Apontam-me o dedo - nos seus rostos um desafio. Remetem-se ao silêncio e deixam-me a tarefa de escolher.
Passam as horas e o sono não vem. Na minha respiração compassada procuro o conforto que me embale.
À beira da cama, como à beira da vida, procuro a derradeira solução. A que eu conheço e mascaro. A única que reuniria todos os meus Eus.
12 Comments:
Texto profundo, muito intimista. As questões que te fazes, muitos de nós fazemos, em momentos menos bons. À noite, na cama é quando as máscaras caem, pois não temos de fazer o social. Temos duas opções: ou temos muita pena de nós, ou depois de dormir, é outro dia, e vive-se o momento:) beijos
É mais a segunda. Pena de mim, não. Bloqueada e perra, sim.
E vivendo do momento, sempre!
Mi querida Dulce: ¿Qué buscas tú?
Excelente pregunta. Y la respuesta es obvia. Buscas calor en las manos, en las miradas. Buscas la aceptación de quienes te rodean. Buscas una fuente inagotable de amor, ése amor escondido y recóndito que todos llevamos dentro y que, a veces, no sabemos depositarlo en los demás.
Lo que tú buscas busco yo, y aquél, y ése otro, y.....Todos, Tudos buscamos amor porque es lo único que necesitamos para sobrevivir. Lo demás nos sobra.
Un beso...y que encuentres lo que buscas. Para ti no es difícil, abre tu corazon. ÁBRETEEEEEEEEE...!
...aquela que não te facultando os sonhos, poderá, no entanto, privar-te de sobressalto dos pesadelos, o que é excelente (digo eu!que gostei tanto deste teu texto)
Bjs
Sem palavras!
Porque entendo o vento...
Bji
O ser humano é sempre composto por busca.
E mesmo por vezes estando razoavelmente bem, quer sempre melhor.
Por vezes procura o que nunca teve. Por vezes quer deixar de viver a vida que os outros lhe incubem e começar a viver a vida dele. Quantos ventos desses não sopram por aí!
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham
Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu
Excerto de: Fala do Homem Nascido
António Gedeão
Bonito texto, Dulce
Beijinhos
O Céu já não está carregado e cinzento, pois não?
Beijos
Sem palavras...
Bonito texto!!!
Beijinhos***
É quando o céu está chumdado de um cinzento, quase negro, que me devora na vontade de saber quem sou, e também não encontro resposta.
Todavia, o negrume exalta-me e leva-me a recantos de emoções estranhas que me pareciam intangíveis.
É admirável quando se consegue escrever um texto tão cheio de tudo, um texto que me diz muito.
Quantas vezes o meu reflexo naquele espelho não é o que eu busco...um texto maravilhoso, Dulce!! Beijinhos para ti.
O Jorge falou-me de si e vim "espreitar". Valeu bem a pena! A Dulce não olha apenas vai mais longe e interroga-se. Voltarei... com tempo, para a ler com atenção.
às vezes fazemos perguntas que sabemos não ter respostas....
"O silêncio é total. Nenhuma de mim respondeu"
acontece muita vez...."passam as horas e o sono não vem"
jocas maradas
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