Em palco
Dizem que a Vida é um palco,
e neste palco da Vida,
luto,
danço,
represento.
Os personagens que por mim passam
apoiam-me
ou enfrentam-me nesta luta
que travo dia a dia.
(Pequenas lutas do quotidiano).
Golpes que não sangram, ou
rasteiras que por vezes me deitam ao chão.
Há quem dance comigo:
os Amigos
(sempre os Amigos).
Com eles ensaio longas valsas,
embalados que somos nas palavras trocadas,
nos segredos murmurados,
e nas confidências a meia-voz.
Os tangos têm um lugar privilegiado
pois esses
danço-os com a Morte
- figura omnipresente.
Detecto-a pela sombra
que projecta sobre mim
e por um certo arrepio no pescoço.
O seu longo braço sobre o meu ombro.
Umas vezes perto
sussurra-me ao ouvido.
Outras vezes longe
sorri-me,
como que a tranquilizar-me.
Represento ainda os inúmeros papéis
que me são atribuídos.
Há máscaras para todos os gostos!
Mas no espelho deste lado do palco,
apenas eu me vejo intacta.
Os espectadores podem escolher
a fantasia que pretendem.
Da farsa ao drama.
Soprano ou contralto.
É só pedir!
É só escolher!
Ao fim de cada dia
baralham-se as máscaras,
trocam-se as deixas,
o cansaço impera.
Quando me olho no espelho
deste lado do palco
e me vejo intacta
como só eu posso ver-me,
a nudez assusta-me de tão crua.
A voz embarga-se de tão rouca,
e as lágrimas lavam do rosto
pinturas já gastas.
Adormeço então
enrolada em mim mesma.
Sonhando um papel só meu.
(Foto em www.trekearth.com )
e neste palco da Vida,
luto,
danço,
represento.
Os personagens que por mim passam
apoiam-me
ou enfrentam-me nesta luta
que travo dia a dia.
(Pequenas lutas do quotidiano).
Golpes que não sangram, ou
rasteiras que por vezes me deitam ao chão.
Há quem dance comigo:
os Amigos
(sempre os Amigos).
Com eles ensaio longas valsas,
embalados que somos nas palavras trocadas,
nos segredos murmurados,
e nas confidências a meia-voz.
Os tangos têm um lugar privilegiado
pois esses
danço-os com a Morte
- figura omnipresente.
Detecto-a pela sombra
que projecta sobre mim
e por um certo arrepio no pescoço.
O seu longo braço sobre o meu ombro.
Umas vezes perto
sussurra-me ao ouvido.
Outras vezes longe
sorri-me,
como que a tranquilizar-me.
Represento ainda os inúmeros papéis
que me são atribuídos.
Há máscaras para todos os gostos!
Mas no espelho deste lado do palco,
apenas eu me vejo intacta.
Os espectadores podem escolher
a fantasia que pretendem.
Da farsa ao drama.
Soprano ou contralto.
É só pedir!
É só escolher!
Ao fim de cada dia
baralham-se as máscaras,
trocam-se as deixas,
o cansaço impera.
Quando me olho no espelho
deste lado do palco
e me vejo intacta
como só eu posso ver-me,
a nudez assusta-me de tão crua.
A voz embarga-se de tão rouca,
e as lágrimas lavam do rosto
pinturas já gastas.
Adormeço então
enrolada em mim mesma.
Sonhando um papel só meu.
(Foto em www.trekearth.com )
6 Comments:
Belo e doloroso poema sobre a realidade de muitos de nós. beijos
Palcos = Expressão sem limites!
=))
É Dulce,
A vida é um teatro, uma peça
onde não se permitem ensaios
e cada um de nós tem de ter cuidados bem redobrados
para não cair sem querer
lá no fosso da orquestra.
Por vezes somos palhaços,
outras tantas somos vilões,
mas no final, vamos todos
encerrados em caixões!
Um beijo e bom fim de semana
Noel
amei ler-te dentro e fora do palco da vida
jocas maradas
Gosto muito deste fado.
É como dizes: "a vida é um palco", onde andamos mascarados. Por vezes, muito raramente, tiramos a máscara e revelamo-nos tal como somos.
Boa noite, Dulce !
O Teatro é o palco da vida.
" no mundo todos os homens são actores..." disse Shakespeare.
E o mistério de um palco engloba todas as artes ( poesia, pintura, música, desenho, guarda-roupa, cenários), e por retratar também toda a natureza humana, no que de mais profundo existe em si mesma.
Bji
Enviar um comentário
<< Home