segunda-feira, novembro 07, 2005

Balada de Lisboa

Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo

Caravelas te levaram
Caravelas te perderam
Nas manhãs da tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente

Esta é a cidade onde estás
Como quem não volta mais
Tão dentro de mim tão que
Nunca ninguém por ninguém
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais.

Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem

Às vezes pergunto se
Às vezes pergunto quem
Esta é a cidade onde estás
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém

Manuel Alegre, "Atlântico", p.170,171

(Foto minha)

8 Comments:

Blogger Su said...

boa escolha, belo poema
jocas maradas

10:58 da tarde  
Blogger AQUENATÓN said...

Olá Dulce !

Obrigado pelas tuas palavras e pelo poema de A.R.R.
O poeta militante é sempre benvindo ao nosso convívio.
Quanto ao de Manuel Alegre... palavras para quê?
O poeta da resistência, das baladas e da cidadania, enche-nos a alma com a sua VOZ da Liberdade sempre actuante.

Merece a nossa admiração e respeito, sempre.

Bji

11:21 da tarde  
Blogger Unknown said...

Beijos para uma linda semana, minha querida!

1:43 da manhã  
Blogger Dameuntango said...

Estamos em campanha? estou a brincar, o poema é belissimo.
Abraço

11:35 da manhã  
Blogger José said...

"Tão longe de mim tão perto"
Bonito poema, não conhecia.
Da minha Lisboa.
Bjs

2:37 da tarde  
Blogger Graza said...

Alegre à Presidência !...

11:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

realmente o poema é muito bom, ando a tentar encontrar o significado para as três ultimas estrofes,mas ainda não consegui, queria perguntar se me podia ajudar??

9:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

da próxima analisa mas é o poema preguiçosa

5:41 da tarde  

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