Contagem (ou apenas um ano que chega ao fim)
Há um relógio infalível que preside às nossas vidas. É dono do tempo. Carrasco de nós.
Obedece a uma lógica pensada no início do mundo. Os deuses antigos velavam por ele. Será Deus que hoje o manipula ou apenas a força inexorável da vida que se desenrola?
Uma enorme roldana, de início perfeita e silenciosa que com o tempo se torna enferrujada, gritando em cada anel, acusando em cada volta a sua idade.
Desfia-se a corrente/vida e é o peso do passado que a empurra para a frente - para o fim - sempre com a mesma cadência, sempre no mesmo ritmo que lhe imprimiram no princípio do mundo. Nós julgamos que ela anda cada vez mais rápido, mas não. O tempo já está contado. Apenas nós não o sabemos.
E um dia a corrente/vida chega ao fim. O tempo já não conta mais. Calam-se os gritos. O silêncio impera. O grande relógio infalível que preside às nossas vidas/correntes, obedecendo a uma lógica que ninguém entende, deixa de se ouvir.
E outra vida recomeça!
(Foto de João Espírito Santo em www.olhares.com)
8 Comments:
Desculpa o Ego.
Ainda há mais. As cartas acabam amanhã, tal como o mês, tal como o ano, tal como o sonho...
....e tal como o blog.
A corrente da vida e a vida corrente, todos os dias,... até o nosso relógio deixar de bater.
Um belo texto, como sempre, Dulce, com uma bela foto.
Um bom ano para todos, cheio de tempos bons.
...
o relógio que nos conta o tempo
é este o tempo que temos
o tempo dos sentimentos
de cada um de nós
no silêncio matei o tempo
...
a vida recomeça e calo os gritos
Adorei ler-te
votos de um Ano Novo muito feliz, que 2006 chegue e te deixe realizar tudo o que desejas
beijinhos meus e um abraço terno
lena
Ainda outro dia citavas Lavoisier
"Na vida nada se perde tudo se transforma", e a nossa vida dura o tempo dessa transformação que se completa quando finalmente a vida acontece.
bjs.
«Quem sobe uma escada não demora nos degraus nem olha para trás sobre eles, mesmo que a idade convide a demorar ou a retardar o passo. O grande vento do cume sussurra com maior veemência. Os últimos degraus são os mais belos e os mais preciosos, pois conduzem àquela plenitude para a qual nasceu a essência mais íntima da pessoa.» (Jung, Cartas 1906-1945, v. I, p. 407).
Olhemos então para o futuro, novos caminhos nos sorriem...
é lá que se encontram os novos degraus da felicidade!
Cabe a cada um de nós encontrar a verdadeira LUZ da sabedoria.
Feliz Ano Novo abençoado de muita SAÚDE, muito AMOR e muita PAZ!
*Um abraço de alma e coração*
Fanny
gostei de ler, belo texto
desejo te um feliz 2006 cheio de tempo, esse que nos foge, que nos faz correr atrás.....
jocas maradas
Sem dúvida. Inexoravelmente. Beijos, Dulce.
DULCE!
Quero deixar aqui expressos, os meus votos de um Ano Feliz de 2006 e que a Esperança, o Amor, A Paz e a Alegria, permaneçam sempre no teu, bondoso e sereno coração.
Abraço-te
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