Lisboa
Digo:
"Lisboa"
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver
Sophia de Mello Breyner Andresen, "Obra Poética III, Caminho, p.247
(Fotografia minha)
(Para o José, conforme prometido)
5 Comments:
Dulce
sempre jogos bonitos
da palavra.
lindo!
jinhux létinha.
Amigos
a beleza e a simplicidade
das palavras,
do “jogo”...
deram origem...
a mensagens muito interessantes e belas.
a Maria,
a Dulce,
a Reverse,
a Carmem
e
a Wind
(que já terminaram as suao “obras”)
deviam ser premiadas,
não só pela participação
como...
pela clareza,
beleza,
harmonia,
ritmo,
e rico conteúdo que imprimiram
às suas mensagens.
para todas estas meninas...
”aquele” abraço...
amigos visitem estes blogues
por favor
QUE LINGUAGEM TEM O TEMPO QUE NÃO MORRE?
da Maria,
Além de Mim
da Dulce,
A outra face
da Reverse,
Eu Sei Que Vou Te Amar
da Carmem,
WebClub
da Wind,
..............e vejam se vos engano!
jinhux da létinha.
obrigado pela visita e pelas palavras.
Abraço
Parabéns pela imagem e pela escolha do texto...
Chamou-me a atenção o teu nome, aí num lugar qualquer, porque por coincidência é o nome de um dos temas deste meu Blog...
Um abraço :)
Obrigado por me presenteares, com um lindo poema de Lisboa, escrito por Sophia. Vou retribuir.
Bjs
Enviar um comentário
<< Home