Des(a)fiando as palavras
Quem sou eu?
Quem julgam que sou?
Protejo-me atrás de uma fotografia escurecida mas revelo-me através das palavras. Sou o que delas transparece.
Mas sou mais ainda, e outras já fui.
Já fui menina. De cor-de-rosa me vesti. Brinquei com bonecas. Pulei e joguei. Foi o tempo das perguntas. Momentos de fantasia, e de que mais não sei dizer pois há uma névoa em seu redor.
Outra ainda, fui.
Adolescente. Foi o tempo dos problemas. O tempo das descobertas. O tempo do primeiro beijo e do primeiro orgasmo.
Atracções, amores e paixões – por tudo isso passei. Ri e chorei. Sonhei.
Foi o tempo dos grandes ideais. Liberdade. Igualdade. Solidariedade. Dizer não à guerra. Foi o tempo da luta por um país novo. Por um Homem novo. Sonhávamos sair das trevas e alcançar a luz.
Para aqui chegar percorri algumas estradas.
Ganhei algumas batalhas. Perdi outras.
Alguns ficaram pelo caminho. Mas a morte faz parte da vida! A saudade dói. Perder as raízes é como um caminho que foi interrompido e do qual se desconhece a origem. É como uma flor sem raíz, apenas assente no seu caule.
Marcas. Pegadas. Rumos. Impressões digitais do nosso ser.
Quem mais fui? O que mais quero?
Quero ter e quero ser.
Quero o inesperado. A vertigem da paixão.
Quero o amor e o amante. A loucura e o desejo. Quero a carícia de uns lábios nos meus lábios.
E quero também a perda, a esperança e a saudade.
Quero a expectativa da viagem. Perder-me em desfiladeiros sem fim. Descobrir os lagos e as montanhas que ainda não vi.
E quero também a solidão. O silêncio. Poder estar a sós na penumbra do meu ser.
Quero os amigos presentes em cada dia, sinceros em cada momento – equilíbrio do meu ser.
Procuro a perfeição possível.
Invento e sonho.
Sonho a presença do mar. Grãos de areia fina deslizam nas minhas mãos. Envolvo-me nas águas e saio delas branca de sal. Colecciono pequenos búzios que me lembram o oceano e os dias felizes.
Quero parar os relógios e perder-me nas horas que hão-de vir.
Passear em jardins repletos de flores e de aromas.
Escutar o canto dos pássaros.
Olhar o céu e perder-me nele. Contar as estrelas em noites sem luar.
Mas apenas me perco nas palavras.
Com elas convivo. Para elas vivo.
Nelas me escondo.
Quem julgam que sou?
Protejo-me atrás de uma fotografia escurecida mas revelo-me através das palavras. Sou o que delas transparece.
Mas sou mais ainda, e outras já fui.
Já fui menina. De cor-de-rosa me vesti. Brinquei com bonecas. Pulei e joguei. Foi o tempo das perguntas. Momentos de fantasia, e de que mais não sei dizer pois há uma névoa em seu redor.
Outra ainda, fui.
Adolescente. Foi o tempo dos problemas. O tempo das descobertas. O tempo do primeiro beijo e do primeiro orgasmo.
Atracções, amores e paixões – por tudo isso passei. Ri e chorei. Sonhei.
Foi o tempo dos grandes ideais. Liberdade. Igualdade. Solidariedade. Dizer não à guerra. Foi o tempo da luta por um país novo. Por um Homem novo. Sonhávamos sair das trevas e alcançar a luz.
Para aqui chegar percorri algumas estradas.
Ganhei algumas batalhas. Perdi outras.
Alguns ficaram pelo caminho. Mas a morte faz parte da vida! A saudade dói. Perder as raízes é como um caminho que foi interrompido e do qual se desconhece a origem. É como uma flor sem raíz, apenas assente no seu caule.
Marcas. Pegadas. Rumos. Impressões digitais do nosso ser.
Quem mais fui? O que mais quero?
Quero ter e quero ser.
Quero o inesperado. A vertigem da paixão.
Quero o amor e o amante. A loucura e o desejo. Quero a carícia de uns lábios nos meus lábios.
E quero também a perda, a esperança e a saudade.
Quero a expectativa da viagem. Perder-me em desfiladeiros sem fim. Descobrir os lagos e as montanhas que ainda não vi.
E quero também a solidão. O silêncio. Poder estar a sós na penumbra do meu ser.
Quero os amigos presentes em cada dia, sinceros em cada momento – equilíbrio do meu ser.
Procuro a perfeição possível.
Invento e sonho.
Sonho a presença do mar. Grãos de areia fina deslizam nas minhas mãos. Envolvo-me nas águas e saio delas branca de sal. Colecciono pequenos búzios que me lembram o oceano e os dias felizes.
Quero parar os relógios e perder-me nas horas que hão-de vir.
Passear em jardins repletos de flores e de aromas.
Escutar o canto dos pássaros.
Olhar o céu e perder-me nele. Contar as estrelas em noites sem luar.
Mas apenas me perco nas palavras.
Com elas convivo. Para elas vivo.
Nelas me escondo.
4 Comments:
penso que a felicidade nunca está completa, não axas? Por muito felizes k estejamos ficará sempre a faltar algo...faz parte da natureza humana. Mas no meu caso, sim, é verdade falta algo para me sentir "totalmente" feliz...mas sei e luto para o conseguir... e sei k irei consegui-lo...
Beijinhos***
Dulce, vim hoje para duas coisas muitíssimo importantes... :)
A primeira delas, parabenizar-te pelo lindo texto que escrevestes com nossas palavras... desafiastes e as desfiastes com beleza e ternura... deixastes que se pudesse ver o que te vai por dentro, com um toque de suavidade muito bonito! Gostei imenso de ler-te! E conhecer-te... cá virei agora, com freqüência para (l)ver as novidades... :)
Em segundo lugar, vim para agradecer-te a tua visita lá no meu cantinho... fiquei muito feliz!
Deixo-te, entao, muitas flores, beijos e sorrisos, para que tua semana comece com o pé direito... :)
Dulce, deixa-me dizer, mas vejo-me espelhado neste belo texto. Continua desfiando as palavras. Será que conheces a praia dos buzinhos? Um beijo.
P.S. Esqueci-me desta linda frase.
"Podes ser somente uma pessoa para o mundo, mas para alguma pessoa tu és o mundo." Gabriel José Garcia Márquez
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