quinta-feira, outubro 13, 2005

Estrela da tarde (Excerto)


Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria.
Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia
Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos, unidos, ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia.

José Carlos Ary dos Santos, "As palavras das cantigas", Ed. Avante, Lisboa, 1989, p.58
(Foto minha)

4 Comments:

Blogger AQUENATÓN said...

Meu amor ! Meu Amor !
Minha estrela da tarde
que o luar te amanheça
e o meu corpo te guarde.
Meu amor ! Meu amor !
....
Meu amor ! Meu Amor !
...
( Ary dos Santos )

Dulce ! Somo todos cativos dos seus poemas... e do amor utópico.

3:44 da tarde  
Blogger José said...

Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.

( Ary dos Santos )
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É dos poemas mais belos e simples a falar de amor.
A foto a condizer, numa linda tardia de outono.

"Só falta escutar,
o barulho das ondas.
Meu amor, está a demorar,
vem do outro lado do mar"

Obrigado, por tudo isto e pelas palavras amigas que sempre me deixas.
Bjs.

5:25 da tarde  
Blogger Maria Carvalho said...

Não tenho palavras para dizer sobre o Ary, só que é imortal, e que tem dos mais belos poemas que já li! Beijos

8:29 da tarde  
Blogger wind said...

Li e ouvi a música;) bjs

1:24 da manhã  

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