Argumento
De versos em que me escondo
encho os meus próprios ouvidos
Digo abrigo em lugar de ombros
rua em vez de paraíso
dádiva em lugar de roubo
em vez de pólvora vidro
rosto rasto ruga rogo
em vez de pólen e cisco
Só vivo se me prolongo
Caminho se não caminho
Sempre uma deusa bifronte
esta língua em que me exprimo
Digo remos vejo sombra
Chamo ramos ao que é vivo
Sonho que sonho o que sonho
E recomeço E desisto
É não indo ao meu encontro
que me encontro a sós comigo
Ah no incesto das ondas
com que pânico me atinjo
MOURÃO-FERREIRA, David, "Quatro Tempos", p.60
(publicado em 23/09/2005)
encho os meus próprios ouvidos
Digo abrigo em lugar de ombros
rua em vez de paraíso
dádiva em lugar de roubo
em vez de pólvora vidro
rosto rasto ruga rogo
em vez de pólen e cisco
Só vivo se me prolongo
Caminho se não caminho
Sempre uma deusa bifronte
esta língua em que me exprimo
Digo remos vejo sombra
Chamo ramos ao que é vivo
Sonho que sonho o que sonho
E recomeço E desisto
É não indo ao meu encontro
que me encontro a sós comigo
Ah no incesto das ondas
com que pânico me atinjo
MOURÃO-FERREIRA, David, "Quatro Tempos", p.60
(publicado em 23/09/2005)
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