quinta-feira, setembro 29, 2005

Inscrição sobre um rio

De nós apenas fique a extrema glória
de termos sido castos e corruptos!
E que se volva eterna a transitória
e luminosa cor destes minutos!

Que o nosso amor seja maior que nós,
secreto e audacioso como um rio!
Que tenha, como nós, a nossa voz...
Mas que o seu timbre seja menos frio.

David Mourão Ferreira, Obra Poética

(publicado em 29/07/2005)